VOCÊ PERTENCE A MIM

Capítulo 32

Volto a cortar as coisas, e quando dou uma olhada para Luiza, ela está olhando para o envelope. Sei que ela quer abrir, mas também sei que está com medo do que pode conter.

Só sei que estou disposto a ajudá-la na vingança, mesmo que o assassino seja o James, o que acho pouco provável. O James talvez quisesse ter Luiza morta, mas o Luigi, não. James amava-o como se fossem irmãos, mas isso pode tê-lo motivado a querer matar, pois Luiza era filha de sua esposa e seu melhor amigo.

Isso é tão confuso. Entendo o motivo de Luiza estar assim; ela passou tempos tentando achar provas, mas é quase impossível quando se tem pessoas tão poderosas como James, Queiroz e a pior de todas, Késia.

A única coisa que me faz duvidar se Késia é a assassina é porque ela amava Luigi; ela olhava para ele de um jeito tão diferente. Mas mesmo tendo a oportunidade de ter um amor verdadeiro, preferiu o dinheiro.

-Fernando? - Luiza me chama.

-Fala.

-To com fome. - Ela abraça meu corpo por trás.

É um sentimento único vê-la demonstrando afeto. Me sinto pela primeira vez na vida completo; é como se eu tivesse passado todos os anos da minha vida em um completo breu e só agora visse uma luz.

-Fernando...-Me chama de novo

-Oi, meu bem.

-No meu sonho, você me matou e depois se matou. Você faria isso?-Ela deixa um beijo no meu ombro e volta pra mesa.

-Não sei se eu faria, mas você teria que ter feito algo muito grave para eu fazer o que acho pouco provável. - Sou sincero. - Mas eu não aguentaria ver você sofrendo; eu provavelmente ou com certeza faria com que morrêssemos juntos.

-Entendi. - Ela volta a analisar o envelope lacrado.

-Se quer abrir, é só abrir. - Falo, mas ela continua alheia a tudo.

Volto a cortar as frutas. Tenho uma curiosidade imensa para saber quem o matou, mas só quero saber depois dela. Pego meu celular e mando mensagem para meus zeros não comentarem nada com ela, a menos que seja ela puxando o assunto.

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Luiza Catarina

É tão fácil finalmente descobrir quem matou o meu pai, mas ao mesmo tempo tão difícil. Dediquei os últimos anos da minha vida a essa investigação para tentar suprir a falta que ele faz.

Ver o Fernando me apoiando a fazer apenas o que eu sinta bem me faz feliz. Talvez ele me assuste um pouco com essa ideia de obsessão, mas vê-lo demonstrando carinho (do jeitinho dele, claro) faz meu coração acelerar.

-Aqui. - Ele traz um pouco de salada de frutas.

-Obrigada. - Respondo pegando o potinho de vidro.

-Eu sou um ótimo cozinheiro! - Ele afirma todo orgulhoso.

-É só cortar as frutas e leite condensado. - Falo, colocando a colher na minha boca.

-Mesmo assim, sou um ótimo cozinheiro. - Ele diz chegando perto. - Amo tudo que a vida proporciona, ou melhor dizendo, aprendi a amar. - Ele senta ao meu lado.

-Não gostei desse Fernando fofinho, prefiro o outro. - Falo, e ele sorri.

-Eu não gosto dessa Luiza triste, prefiro a que me levou pro carro mais cedo. - Encaro ele que come com um sorriso prepotente.

-Seu idiota. - Falo tentando esconder o sorriso e volto a olhar o envelope.

-Se quer abrir, não quer? - Ele me olha.

-Quero, mas tenho medo de quando descobrir perder o propósito. - Vejo ele se levantar vindo para trás de mim, me abraçando e apoiando seu rosto no meu ombro.

-A gente encontra outro para você. Vamos fazer isso juntos, prometo ficar com você até o final. - Ele beija minha bochecha e volta à mesma posição.

-Promete? Promete não fazer o que o César fez? - Falo do meu ex, pois tenho medo de passar por tudo de novo.

-Só pedir e eu mando ele para um lugar quentinho. Não vai ser incômodo. Só em pensar que ele ficou com você primeiro que eu já me faz querer matar ele. - Acabo sorrindo e ele beija meu ombro.

-Eu só quero que tudo isso acabe. - Digo.

-Eu também, e depois que tudo acabar, pretendo foder você em todos os cantos dessa casa até a última coisa que você lembre seja de mim.

-Sinceramente, não vou reclamar. - Assumo pela primeira vez.

-Sei que não vai. Agora vamos abrir?

-Vamos. - Pego o envelope.

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Pode conter erros ortográficos.

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