Capítulo 05

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Luiza Catarina

Saio da sala e desço.
Quando chego embaixo, vejo uma grande bagunça de médicos.

- Luzia, precisamos de todos. Uma emergência aconteceu. - Maisa vem correndo até mim.

- O que aconteceu? - Pergunto.

- Um acidente na BR. Foi muito grave. - Maisa responde.

Corro e pego uma bolsa médica, descendo para o estacionamento. Os bombeiros, por algum motivo, não conseguiram parar na frente do hospital, então simplesmente tivemos que ir para o estacionamento.

Vejo os quatro homens parados, então decido falar com o doutor, mas antes meus olhos encontram os do Fernando.

"Esse homem me dá um arrepio"

-Doutor, precisamos de ajuda. Aconteceu uma acidente gigantesco precisamos de todos da equipe. - Digo e volto a correr

Chegando no final estacionamento, vejo uma cena caótica com ambulâncias, bombeiros e policiais. Todos correm freneticamente para ajudar as vítimas do acidente.

Eu me junto aos outros médicos e enfermeiros, prontos para prestar os primeiros socorros. A adrenalina corre em minhas veias enquanto me preparo para enfrentar uma situação grave.

Com a bolsa médica em mãos, me aproximo de um dos bombeiros e pergunto sobre o estado das vítimas. Ele me informa que há várias pessoas feridas, algumas em estado crítico.

Sem perder tempo, começo a avaliar os pacientes, priorizando aqueles que necessitam de atendimento imediato. A equipe médica trabalha em perfeita sincronia, fazendo o possível para estabilizar os feridos e encaminhá-los para o hospital.

Enquanto isso, os bombeiros continuam a retirar as vítimas presas nas ferragens dos veículos envolvidos no acidente. É uma cena angustiante, mas mantemos o foco e a determinação para salvar vidas.

Horas se passam e finalmente conseguimos controlar a situação. Os feridos são encaminhados para o hospital, onde receberão os cuidados necessários. Exaustos, mas gratificados por termos feito o nosso melhor, nos reunimos para uma breve pausa.

Nesse momento de descanso, olho ao redor e vejo o quão importante é ter uma equipe unida e capacitada. Juntos, conseguimos lidar com essa emergência e ajudar aqueles que mais precisavam.

Enquanto me preparo para voltar para casa, sinto um misto de cansaço e orgulho. Saber que minha atuação fez a diferença na vida das pessoas é o que me motiva a seguir em frente, enfrentando os desafios que a medicina reserva.

Não tenho tempo para nada, chego em casa e vou dormir.

Dois dias depois

Minha rotina é bem cansativa, mas eu amo quando tenho minha folga. Estou deitada na minha cama, apenas respirando calmamente, curtindo o momento.

Já ouviu aquele ditado: "A alegria de pobre dura pouco". Então...

-Acorda, Luzia. - Minha mãe bate na porta, gritando.

-Fala, mãe. - Respondo.

-Hoje tem reunião na casa da Zélia e você vai comigo. - Diz ela, parecendo levemente irritada.

Não é que eu odeie as reuniões, mas é melhor dormir. Na maioria das vezes, eu só vou para comer, mas a minha digníssima mãe sempre acha um motivo para me fazer passar vergonha.

Resolvi me arrumar. Coloco um vestido branco que fica um pouco acima do joelho e uma sandália papete também branca.

Chego na casa da Zélia com minha mãe, tentando manter a compostura, já que paciência para aquele lugar eu não tinha. Enquanto tento me encaixar, acabo derrubando um copo de vinho na mesa, causando um pequeno caos e olhares surpresos. Minha mãe começa a gritar loucamente comigo.

-TENTA PRESTAR MAIS ATENÇÃO, SUA INCOMPETENTE! - Ela grita comigo.

-FOI MAL, TÁ?! - Respondo.

-OLHA SÓ, TODO MUNDO OLHANDO! - Ela continua gritando.

-CLARO QUE ELES VÃO OLHAR, UMA MALUCA GRITANDO DO NADA! - Respondo.

-Calma, Jéssica. - Dona Zélia fala com a minha mãe. - Foi um acidente né, Luiza? - Me olha.

-Sim, só foi um acidente. - A cobra da minha mãe fala. - Desculpa pessoal, só fiquei nervosa com a minha princesinha. - Diz alto para todos ouvirem.

Escuto vários "acontece", "tá tudo bem", 'o importante é que ninguém se sujou".

-Como ela consegue ser tão falsa? - Falo baixinho.

Aquela reunião estava um saco. Decidi ir para fora pegar um ar.

- Olá Luiza.

Aquela voz, aquela voz que eu tinha certeza que não ouviria de novo.

- Olá Fernando. - Digo sem olhar para ele.

- Pelo que percebi, sua mãe é sem paciência. - Diz chegando perto e eu consigo sentir seu perfume.

- Ela é.

- Fiquei sabendo que você perdeu seu pai, lamento. - Ele diz e eu finalmente o olho.

- Acontece. Foi um acidente de trabalho né. - Falo com ironia.

- Você acha que ele foi assassinado, meu bem?

- Eu não acho, tenho certeza e eu não sou seu bem. - Digo e ele dá um pequeno sorriso.

- Como você pode ter tanta certeza?

- Não faz sentido algum. - Digo.

- Me conte mais sobre isso, mas não aqui, vamos comer alguma coisa. - Ele diz.

- Não trouxe minha carteira. - Falo tentando fugir dessa ideia dele.

- Vou fingir que não mentiu pra mim. - Diz chegando perto. -Eu estou olhando você desde o momento em que você chegou e eu vi você pegando sua carteira. - Fica a centímetros do meu rosto.

- Cada coisa viu? - Digo saindo de perto dele, mas ele vai atrás de mim e segura meu braço.

- Deixa eu te explicar uma coisa. Eu tenho muitas informações que você pode adorar. Entre elas, o possível assassino do seu pai. - Ele diz segurando meu braço.

- Que informações? - Pergunto.

- Aqui não é o lugar, mas faz o seguinte vai na minha casa ainda hoje e eu te explico tudo. - Ele fala.

- Como vou saber se você não é um assassino, traficante de órgãos, tarado? - Pergunto.

- Não trafico órgãos e nem sou tarado! - Diz.

Fico parada olhando ele, sem dizer um piu, apenas esperando ele negar que é um assassino.

Um silêncio reina até ele falar.

- Não gosto de mentiras, por isso não vou negar que já matei algumas pessoas. - Fala calmamente.

- E é assim que você me motiva a ir? - Falo.

- Eu tenho informações! - Diz olhando de cima a baixo. - E você quer elas. Leve alguma amiga ou amigo, até mesmo sua mãe.

- Ainda acho que não é confiável. - Digo.

- Você é complicada, viu? - Passo a mão no cabelo. - Pra deixar bem claro, eu mato você se não for. - Chego muito perto e eu me sinto pressionada.

- Então, se eu não for, eu morro e se eu for corro o risco de morrer? - Olho para ele que começa a sorrir.

- Te garanto que não vou te matar se você for, meu bem. - Fala

- Não confio. - Digo - Nem te conheço.

- Meu nome é Fernando, tenho 35 anos, meu hobby é levar enfermeiras para a minha casa para matá-las.

- Tenho medo de você. - Olho para ele.

- Nunca disse que não deveria ter.

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Pode conter erros ortográficos

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