Capítulo 03

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Luiza Catarina

Voltei a recepção pra tentar ajudar o máximo de gente possível. Não menti quando disse que tava fazendo medicina por amor.
Sim eu comecei a faculdade na intenção de ser pediatra, mas infelizmente tive que tirar essa ideia e focar apenas na enfermagem.

Assim que cheguei tive que correr para ajudar a imobilizar uma senhora que estava visivelmente transtornada. A Polícia militar estava tentando ajudar a 'amarrar' a senhora.

-Luiza pega mais fita -Jorge meu colega pede.(Fita hospitalar)

Rapidamente fui buscar a fita e a entreguei a ele indo segurar uma das pernas da senhora.

-Enfermeira segura esse pé. Deixa eu segurar esse aí.-O policial diz e eu logo troco de lugar com ele.

Depois de muita dificuldade o anestesista chega e deixa a senhora inconsciente. Inconsciente ela já tava agora só está 'descansando'.

-O que aconteceu com ela?-Maisa a outra enfermeira pergunta se aproximando.

-Ela é usuária de drogas. Teve uma discussão com o marido, fumou uma pedra de crack e esfaqueou ele.- O PM explica.

-O marido já foi levado para a sala de cirurgia?-Jorge pergunta chegando perto de mim.

-Aparentemente sim.-Outro PM diz.

Eles começam a conversar sobre como vai seguir a partir daqui e eu saio. Tenho que fazer minhas necessidades também, né? Sou ser humano.

Cheguei no banheiro e para a minha alegria as duas 'demônias' estavam lá.

-O doutor Gregory nem me avisou que o paciente favorito dele estava de volta.-A Cristina comenta

-Pensei que ele ia me chamar para ir lá. Aquela homens, grandes, músculos e com cara de mau mexem comigo.-Isabela fala.

Entro no banheiro sem muito enrolação. Depois de fazer uma das minhas necessidades básicas saio e lavo as minhas mãos.

-Oi, Luiza.-Diz a Isa não posso julgar ela, ela é só burra e cai nas histórias da manipuladora.

-Oi.-Respondo o máximo simpática.

-Você sabe quem foi atender o paciente do doutor Gregory?- Cristina pergunta.

-Acho que fui eu. Não sei o nome dele, não tem como confirmar.-Falo indo secar as mãos.

-Então foi ele mesmo.-Isa fala

-Cala a boca.-Cristina fala baixinho.-Calma aí Luiza. Agora eu lembrei que o doutor mandou você ir lá e levar esse papel aqui, oh.-Ela me entrega uma espécie de carta.

-Agora eu não posso.-Digo saindo, mas ela sai junto comigo.

-Por favor, Luiza. É que eu tenho seis pacientes pra atender.

-Então deveria sair do banheiro e ir trabalhar, né?-Falo olhando na cara dela.

-Olha Luiza eu tento ser legal com você, mas você não colabora.-Fala quase gritando.

-Calma Cris.-Isa fala

-Calma um caralho. Eu tento ser uma pessoa boa pra você e é assim que você me trata?

-Meu bem nunca te pedi nada. Aliás eu tenho que ir trabalhar porque diferente de certo tipo de gente eu tenho mais o que fazer.-Digo e saio.

Consigo ouvir a Cristina bufando e antes de chegar na recepção ouvi a Isa me chamar.

-Luiza, espera.-Fala quase correndo.

-Oi.-Me viro pra ela.

-Por favor.-Ela dá um pausa.-Leve essa carta a ele. Você é a única que tem autorização pra ir lá.-Ela diz

-O que tem na carta?-Pergunto e ela me puxa para um cantinho.

-Tem dinheiro. O irmão da Cris tem uma dívida com o homem que tá lá em cima. Me disseram que ele é perigoso, nem a polícia e nem o governo meche com ele.-Ela diz e eu sinto um frio na barriga.-Eu acho que é história do povo só porque ele cobra as dividas dele.-Sinto um alívio.

-O último dia pra entregar o dinheiro é hoje. Sei que não gosta da Cris, mas tenta entender ela, o irmão dela é uma pessoa ruim, a avó dela disse que ela era uma péssima neta e ela foi assediada pelo doutor Teodoro.-Ela diz como se estivesse com pena da Cristina.

-Ta bom.-Pego o envelope e saio andando.

-Obrigada Luiza.-Ela diz e sai.

Eu não consigo acreditar nela. Eu juro que eu tentei, ela sempre me tratou diferente dos outros, me humilhava quando cometia um pequeno erro e jogava na minha cara que eu nunca consegui nada na minha vida. Uma vez ela disse que eu falei que ela tinha que se matar. Ela ficou duas semanas chorando pelos cantos dizendo que eu falei isso quando na verdade eu nunca falei nada.

Entrei no elevador e subi.

Depois de sair do elevador ouço várias vozes dentro do quarto e bato na porta.

-Entre.-Uma voz grave fala.

-Licença.-Digo entrando e vendo o paciente, os dois homens de mais cedo e o doutor.

-Diga Luiza.-O doutor fala e eu entro cem porcento no quarto vendo os quatro homem agora completamente.

-A Cristina me pediu para entregar isso aqui, doutor.-Digo chegando perto dele

-Luiza?-O paciente fala.-Luiza de quê?

-Luiza Catarina.-Digo

-Luiza Catarina de quê?

-Por que eu deveria falar o meu se eu nem sei o seu? Hum?

-Meu nome e Fernando.-Ele diz

-Fernando de que?-Ele da um sorriso.

-Fernando Moretti Bernardi.- Ele diz.-Agora o seu Luiza.

-Luiza Catarina Silva Colucci.(Se pronuncia coluti).

-Conheci um homem a alguns anos atrás, ele tinha esse sobrenome. Talvez fosse seu como diz-Da uma pausa fingindo pensar-Parente.

-Fale o nome talvez poça te ajudar.

-Faz anos. Não me lembro direito.-Ele me olha parecendo analisar todo o meu rosto atrás de algo.-Acho que era Luigi.

Arregalo meu olhos. Como ele sabe o nome do meu pai. Pera pode se sorte do destino.

-A legal, mas eu não vim para conversar e sim para entregar esse envelope.-Dou o envelope para um dos homens e ele não pega.

-Você tem que entregar para mim? Ou eu estou errado?-Diz entortando a cabeça e se levantando da cama.

Chego quase perto dele, quase e entrego o envelope.

Ele não pega, continua me olhando.

-Sabe meu bem.-Chega perto.-Sinto que vou te ver mais vezes.

Estico a não entregando o envelope. Ele olha para a minha mão e empurra o envelope.

-Um agradecimento pelos seus serviços meu bem.-Pisca pra mim e sai com os homens ficando apenas eu na sala.

Eu queria devolver, mas eu estou necessitando. Ele é rico foda-se, eu não. Pego o envelope e começo a contar o dinheiro.

Alguns minutos depois vi que tinha simplesmente dois mil. Eu consegui dois mil assim tão fácil? Não isso tá muito estranho. Fico pensando um pouco e me recordo de algo que ele falou.

"Sinto que vou te ver mais vezes"
Como assim?

Me levanto deixando os pensamentos de lado e indo trabalhar. Ainda tenho algumas horas antes de ir para casa.

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Pode conter erros ortográficos

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