Capítulo 14

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Luiza Catarina

Estou deitada na cama, refletindo sobre tudo o que aconteceu nos últimos dias.

Já se passaram cinco dias. Eu e a Bia aproveitamos bastante nesse meio tempo e me sinto viajada, mas nunca vejo de onde é. Falei com a Bia sobre isso e ela diz que não se sente vigiada.

Esses dias foram muito bons, consegui ver como é a vida de um rico. Nunca tive o luxo de poder comer qualquer coisa a hora que quiser, mas também nunca passei fome.

Cansei de ser humilhada pela minha "mãe" por causa de um leite condensado.

Ainda estou bem tímida para fazer qualquer coisa aqui na casa do Fernando, mas ele me deu total liberdade.

Inclusive, percebi que posso pedir qualquer coisa para o Fernando com jeitinho e ele me dá. Ontem mesmo falei para ele que queria um leite condensado para fazer uma receita que vi no TikTok e alguns minutos depois apareceu um senhor com literalmente 12 caixas de leite condensado.

Percebi que posso usar isso a meu favor. Sei que é errado, mas é uma oportunidade única e dessa vez eu não vou perder!

Estou me sentindo culpada porque sei que meu pai não gostaria do fato de eu estar usando o Fernando para conseguir as coisas que quero, mas meu próprio pai já me disse para fazer o que for preciso para chegar onde quero.

O Fernando chegou mais cedo da viagem mas, quase não fica em casa só vem para dormir e sai de amanhã.

Em meio a esses pensamentos, acabo dormindo.

-Filha? -Meu pai me chama, abrindo a porta do meu quarto.

-Oi papai.

-Sua mãe me falou que você está se sentindo mal porque tirou nota baixa na provinha da escolinha.

-Eu estudei pra caramba, papai. -Digo triste.

-Você está frustrada, eu sei, mas não desista agora. Você ainda tem muitas provas e nelas eu sei que você vai acertar. -Ele senta na cama.

-Não fica assim, meu bem. -Uma moça que não me recordo entra e fala.

-Eu deveria ter acertado, eu estudei papai. -Digo com os olhos cheios de lágrimas.

-Você é uma menina muito inteligente, foi só essa prova que você teve dificuldade, minha filha. -A moça fala e me abraça.

De repente, tudo fica escuro. Começo a caminhar no meio da escuridão.

-ME SOLTA! -Uma mulher grita.

-CALA A BOCA. -Eu reconheço a voz, é do meu pai.

-Você acha que não amo ela, Luigi? Ela é minha filha. -A mulher grita.

Tento ir em direção às vozes, mas elas mudam de lado.

-VOCÊ NÃO AMA ELA! -Meu pai grita e consigo ouvir o barulho de um tapa.

-Eu amo minha menina! - A mulher começa a chorar.

-Se realmente amasse, não tentaria envenená-la! - Meu pai fala.

-Amor, eu amo nossa filha, mas ela precisa desaparecer. Ele vai nos matar. - A mulher diz.

-EU NÃO QUERO VIVER EM UM MUNDO SEM MINHA FILHA! - Meu pai grita enquanto eu caio de joelhos e começo a chorar.

Levanto o rosto e vejo uma porta entreaberta, vou olhar.

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