ׁ ׅ ≀Triánta dío⭒

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As luzes são tão brilhantes que machucam meus olhos.

Minha cabeça está latejando e minhas pálpebras estão inchadas, exaustas e quase se fechando sem minha permissão.

Solto um gemido quando tento me levantar. Meu corpo está tão cansado que não responde aos comandos que tento dar.

Finalmente consigo me apoiar em um travesseiro, lutando para me sustentar. Então observo ao redor.

É apenas mais um daqueles quartos desagradáveis, todo branco, com uma televisão chata pendurada na parede da frente e as luzes incandescentes me cegando. A única diferença agora é que sou eu quem está deitado nesse quarto.

Antes que eu possa tentar me levantar, a porta se abre e uma enfermeira entra, vestindo um uniforme azul e consultando suas anotações. Ela parece surpresa ao me notar.

– Você acordou.

Sem saber o que dizer diante do óbvio, aceno com a cabeça. Meus pés balançam na beira da cama.

– Kim Seungmin?

Eu franzo a testa.

– Ah, certo, pegamos sua carteira em busca da sua identificação – diz ela pegando minha identificação entre seus papéis e me entregando. – Você tem ataques de pânico recorrentes?

Fico sem palavras por um momento, tentando processar o que foi dito.

– Sim, tenho, mas estou conseguindo controlá-los com terapia e medicação...

Deixo minha frase no ar, sentindo um pouco de dor voltando ao meu peito.

Ela me olha de canto de olho e eu tento sorrir. Parece entender sem dizer mais nada, devolvendo-me um olhar reconfortante.

– Não é altamente recomendável que você esteja em um hospital acompanhando um paciente quando você é propenso a ter ataques de pânico após receber notícias graves.

Concordo com a cabeça, fazendo uma expressão de desconforto.

– Eu sei.

Ela volta sua atenção para a prancheta por alguns segundos, seus olhos pulando e procurando freneticamente palavras até que finalmente parece encontrar o que procurava.

– Qual paciente está acompanhando, Seungmin?

Engolindo um nó que se forma em minha garganta, meus olhos começam a se encher de lágrimas.

O caos desta manhã, as notícias e aquela discussão...tudo parece se misturar em minha mente trazendo à tona lembranças horríveis. É o preço de acordar para a realidade.

– Bang Chan – respondo, minha voz quase sussurrando.

– Na UTI? Quarto 423? – ela pergunta, buscando confirmação.

Meu lábio treme involuntariamente, mas eu o mordo com força, tentando conter minhas emoções.

– Sim.

Finalmente ela encontra a informação que procurava no quadro e solta um som de compreensão. Presumo que tenha lido algo que esclarece a situação.

– Tudo bem, Seungmin. Você pode ir quando quiser, e se precisar de mais tempo para se acalmar, está tudo bem também. Caso necessite de algo basta nos chamar.

Eu levanto meus olhos do chão e ela me oferece um sorriso triste, quase lamentável. Em seguida, abre a porta e sai.

Quando a porta se fecha atrás dela e eu fico sozinho novamente, suspiro e me deito mais uma vez. Meus membros estão fracos, minha mente está em caos.

𝐂𝐎𝐒𝐌!¡𝐂 | chanmin/seungchanOnde histórias criam vida. Descubra agora