𝐂𝐎𝐒𝐌!¡𝐂 | chanmin/seungchan

ׁ ׅ ≀Dekatría⭒

Sexta-feira chega mais rápido do que o esperado.

Ao abrir a porta, encontro Chan parado na minha frente esperando pacientemente que eu retorne do meu transe. Está vestindo uma jaqueta preta, uma camiseta branca que realça seu peitoral definido e uma calça jeans que involuntariamente chama minha atenção.

Pela madrugada, Chan me enviou uma mensagem sugerindo que eu usasse uma camiseta branca, pois aparentemente o Coldplay tinha um código de vestimenta relacionado à paz ou algo do tipo. Confesso que quase dormindo respondi com um breve "ok". Também mencionou que passaria em minha casa às quatro da tarde para irmos mais cedo, pegar as pulseiras e conferir o show de abertura que seria da H.E.R., mas acabei ignorando essas mensagens.

É injusto como, com pouquíssimas horas de sono, roupas casuais e um sorriso permanente no rosto, Chan consiga me deixar deslumbrado mesmo que eu esteja vestindo praticamente a mesma coisa. Ele havia admitido ter dormido apenas duas horas mas aparenta estar completamente descansado, enquanto eu pareço o oposto.

- Leva um casaco, Seungmin - diz quando estou prestes a fechar a porta atrás de mim.

Faço uma expressão de desaprovação. O sol brilha no horizonte, determinado a nos assar vivos.

- Não acredito que...

- Por favor, leva - ele insiste, espiando por trás do neu ombro e vendo o pedaço de tecido rosa.

Aperto meus lábios e volto atrás, finjo pegar o primeiro casaco que encontro no cabide mesmo sabendo exatamente qual era e ao fechar a porta novamente viro-me para ele, exibindo-o com uma alegria falsa.

- Feliz?

Chan coloca as mãos nos bolsos e se aproxima, inclinando-se sobre meu espaço pessoal para dar um beijo em minha testa.

- Completamente. Você está lindo como sempre.

Com o calor se manifestando em minhas bochechas, empurro seu peito até colocá-lo a uma distância segura, onde não ameace meu bem-estar.

- Eu diria o mesmo, mas não quero aumentar o seu ego.

Ele ri, e antes que coloque mais distância entre nós, eu me inclino e dou um beijo em sua bochecha.

Ao me afastar, percebo que Chan está ainda mais radiante - se é que isso é possível - e seus olhos se transformam em duas meigas luas crescentes. Trato de sorrir de volta.

Já dentro do carro, com os cintos de segurança ajustados e prontos para partir, Chan não faz nenhum movimento para ligar o motor, seu olhar fixo à frente.

- Esqueceu alguma coisa? - sussurro, franzindo a testa.

Chan nega, depois concorda e logo volta a negar novamente. Não consigo evitar rir, deixando-o levemente constrangido.

- Quero dizer... - suspira, colocando as mãos no volante e apertando-o. - Sinto que vou desmaiar a qualquer momento, mas ao mesmo tempo estou animado. Tenho medo de que tudo aconteça tão rápido que eu nem me lembre depois.

Balanço a cabeça em concordância, olhando para o volante também, nosso principal foco de atenção.

- Acho que todos os momentos felizes são passageiros. Às vezes carregam tantas emoções que nossa mente só consegue digerir em pedaços. Então, talvez sim, passe rápido - admito, pois já experimentei isso antes. - Mas isso só significa que são os melhores momentos, e precisamos aproveitar o máximo.

Chan reflete sobre minhas palavras por alguns momentos, como se elas tivessem tocado em algo importante. Ele respira fundo e dá partida no carro, ajeitando-se melhor no banco.