Capítulo 27

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Ghost — 17 anos

— "Mallow"? Não me chame assim nunca mais.  

— Você é quem sabe.

— Como conseguiu transformar um apelido tão fofo em algo tão ofensivo?

— Tom de voz, contexto, olhar, sei lá. Nem eu gostei de como saiu — junto minhas mãos e noto que estou sem as luvas, procuro elas no bolso — Como ficaria menos ofensivo?

— Não pode me chamar de Mallow.

— Não quero te chamar de... Disto. — nunca mais vou pronunciar.

— Quer isso aqui? — ele ergue as mãos, está segurando minhas luvas, eu me aproximo e puxo elas.

— Marshall. Não desvia da pergunta. Ezerk?

— Um portal para Ezerk... Para quê você quer saber do portal?

Não sei.

— Essa parte não é da sua conta, sabia?

— Continue sendo grossa e eu não direi nada.

— Desculpa. — ele sorri. — Na verdade, eu não tenho muita noção, eu só...

Paro de falar e encaro o vampiro.

— Maldita mania de falar a verdade!

— E você nem tem a maldição do Azazel, só não sabe mentir. — ele se aproxima um pouco mais e toca em minhas mãos tão levemente que mal o sinto, ele se afasta e se encosta na mesa do quarto.

— Eu sei mentir! Só não acho necessário. — cruzo os braços.

— Aham, e é por isso que quando tenta, não consegue.

— Marsh, Ezerk...

— Eu não sei.

— Oi?

— Eu não preciso de um portal para ir para Ezerk, eu não sei! Por que você simplesmente não aprende a abrir um no lugar de procurar ele?

— Eu posso? E mesmo assim, você é um vampiro milenar! Deveria saber. — ele dá de ombros. — Eu te odeio. — suspiro.

— Se duvidar, pode. Você não é uma feiticeira?

— Não das fortes.

— Hm. — Marshall me chamou para perto, meus pés andaram até ele automaticamente. Sua mão segurou a minha e ele a ergueu, analisando. — Lúcifer deixa sua esposa sair sem anel? Essa pra mim é nova.

— Estava treinando com Nathan e depois fui trocar de roupa, não fiquei com o anel no dedo... —  toco na quarta corrente, o anel de casamento está ali.

Sinto sua pele contra a minha, isso me faz engolir em seco.

Espera.

Sinto sua pele contra a minha.

Estou. Sem. Luvas.

Puxo minha não de volta e cruzo os braços, me afastando. Não é possível, onde estão!?

Marshall segura meu braço mais uma vez, erguendo minha mão esquerda, noto a marca do alfinete em minha unha e tento fechar a mão, Marshall a segura aberta.

— Eu tinha ignorado da primeira vez que te vi sem as luvas. — inclino um pouco a cabeça para baixo, o encarando com as sobrancelhas cerradas. — Mas jura? Está racionando energia demoníaca? Não me encara assim.

— Honestamente? — acabo arqueando uma sobrancelha. — Eu achei que você só não se importasse.

— Não me importava? É, não me importo. — ele solta minha mão, eu a massageio com a outra, começou a formigar por conta do aperto. — Você é tão insignificante que eu te salvei da morte certa só por salvar.

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