Capítulo 3

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Benny — 16 anos

Sete castelos, sete príncipes do inferno, sete áreas designadas para cada um.
Não existem chances de qualquer pessoa aqui ir para o céu, Peccatrici é o nome do reino e ele vem do latim, Pecaminoso é sua tradução. Quando alguém morre aqui vai diretamente para o palácio de seu maior pecado, e fica preso lá, apenas podendo sair caso algum príncipe permita.
Agora, como funciona os palácios? Bem, cada príncipe é um pecado, como alguns seres devem saber. Cada palácio é um inferno diferente, Orgulho é o inferno central, o maior que tem já que Lúcifer comanda o reino e tenta manter seus irmãozinhos em ordem, em volta existem os outros infernos, palácios com cores diferentes e tamanhos desiguais, cada um com seu jeito e forma.

Observo ao longe o grande palácio negro, tão escuro quanto o cabelo de Marshall e tão grande quanto o ego de Ghost, e ao lado, um castelo em tons roxos bem chamativo e detalhado... Palácio de Asmodeus, representante da Luxúria e o quarto a cair.

A sua frente, há um palácio simples e cinza, sem detalhes e não muito grande, seu dono é Belphegor, representante da preguiça e o sétimo a cair.

A cor dourada ao lado do cinza chama minha atenção, cor parecida com ouro puro e um palácio luxuoso e tão detalhado que chega a fazer os olhos doerem, deixa claro que é o inferno de Mammon, o representante da ganância e o terceiro a cair.

Do outro lado do inferno de Lúcifer, um palácio em tons de azul bebê e algumas cobras de diversas espécies esculpidas na entrada, me dá leves arrepios, é o lar de Levi e mesmo ele sendo bem de boa e até amigo da Mad, eu não consigo deixar de lembrar da sensação de quase me perder em seu inferno, são diversos túneis com aquários que não possuem peixes, possuem almas sendo torturadas. E uma vez perdido, você nunca mais é achado. Leviathan é o representante da inveja e o quinto a cair.

Olhar para o palácio cor de sangue me deixa estranhamente aliviada já que é o castelo de Azazel, o demônio que basicamente me adotou e não deixou que eu fosse morta diversas vezes, seu castelo também não é muito chamativo mesmo que lembre um verdadeiro mar de sangue e as almas fiquem soltas em um tipo de quintal enquanto se auto torturam. Azazel deveria ficar em uma torre observando tudo, mas ele raramente fica no próprio inferno. Za é o representante da ira e o segundo a cair.

E por último, um castelo meio marrom com fortes detalhes em laranja, é simples porém belo de se ver, suas esculturas são horrendas, cheias de pessoas sendo claramente torturadas e vespas em pedestais, horrendo mas viciante de encarar, te deixando cada vez com mais vontade de ver e admirar as imagens. É o castelo de Belzebu, representante da gula e sexto a cair.

Valkyria ainda está sorrindo e Kim não tira seu olhar da janela, seu mau humor é evidente... O que mais me impressiona em relação a ele é a nossa diferença física e mental, Kim é de estatura média, seus olhos são pequenos e tem um tom de verde acinzentado, seu cabelo é platinado e bem bagunçado, a marca da Valkyria em sua testa é bem aparente, deixando claro que ele é fiel a ela.

— Se recorda das regras, Benny-May? — Valkyria finalmente pergunta, eu solto um suspiro pesado antes de responder.

— Não fazer acordos ou pactos com demônios, não aceitar bebidas dos membros de outras facções, ter cuidado em relação aos meus pensamentos e não sair do seu campo de visão.

— É tão bom ver que está crescendo — Seu sorriso é calmo e seu tom de voz doce.

Me encolho no canto da carruagem e fico em silêncio até chegarmos, encaro o penhasco que separa os sete castelos, tão grande que é impossível de ver o fundo, se é que existe um.
A carruagem para e Valkyria desce primeiro, eu vou logo após e Kim vem bem atrás de mim, nós entramos e eu me forço a sorrir igual a de cabelo rosa, parecendo o mais natural possível.

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