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O concreto gelado e hostil ecoou sob seus pés. Minho caminhou em direção ao fundo da sala, em direção à cela onde estava aquele que procurava.

A única fonte de luz na sala vinha de uma janela de vidro grosso e opaco, criando um leve halo branco ao seu redor. As cores frias já estavam lhe dando dor de cabeça e ele se perguntou como Jisung conseguiu sobreviver ali desde sua chegada.

Finalmente chegou na frente das barras que os separavam. E quase caiu ao vê-lo, surpreso com sua presença.

— Você me assustou...

Minho lançou-lhe um olhar de desculpas e encostou-se na parede à sua frente, deixando Jisung confuso, já que quem veio incomodá-lo durante a soneca era ele.

Então Minho improvisou e pronunciou uma frase impensada.

— O tempo está bom hoje, hein?

Deus, ele se sentia estúpido.

Jisung mal via a luz do sol, o céu ou apenas o exterior, e a única ideia que lhe veio à mente foi o tempo.

— Nunca vi um sol assim em março, ele está incrível.

Minho riu baixinho com a resposta irônica do loiro.

— Você está progredindo na investigação? — Jisung acrescentou um pouco mais a sério.

— Sinto muito, mas não tenho o direito de falar com você sobre isso.

— Você pode pelo menos me dizer se tem algum suspeito? Leads sólidos?

Minho mordeu o lábio. Ele não poderia entregar nenhuma parte da investigação a um suspeito, ele sabia disso, mas não podia ignorar o olhar preocupado do loiro.

— Tudo o que posso dizer é que estou progredindo. — suspirou Minho. — Não entendo, ninguém parecia culpá-lo sem a sua comitiva próxima, por isso para mim está necessariamente ligado ao seu tráfico. Mas como um estranho teria entrado numa festa privada?

— Mas e se o seu fornecedor não fosse uma pessoa externa?

O polícial piscou os olhos algumas vezes. Não tinha pensado nessa possibilidade, mas o fornecedor estava na lista de convidados que ele examinou, então a probabilidade de ele ainda não ter questionado o culpado era muito pequena. Verificar as atividades suspeitas de mais de duzentos convidados não o agradava muito, teria que passar a noite lá novamente.

— De qualquer forma. — Jisung levantou-se e sentou-se de pernas cruzadas em frente às barras sujas de sua jaula. — Acho que você não veio à minha cela para me interrogar e conversar sobre a investigação.

A percepção o expos de repente e ele se sentiu inseguro. No entanto, ele estava certo e, apesar de tudo, o tenente só falara sobre o assunto atual.

Ele imitou a forma como o outro sentou e, apesar da terra fina no chão e toda a sujeira, sentou-se de pernas cruzadas a poucos centímetros do loiro, fazendo com que seus batimentos cardíacos acelerassem levemente.

— É verdade. — Minho demorou um pouco antes de falar tudo o que tinha a dizer.

Os anos e uma situação complexa os separaram, ambos mereciam discutir, descobrir o porquê e o como.

numb to the feeling • minsung | TRADUÇÃOWhere stories live. Discover now