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Por volta da hora do almoço, Minho finalmente recebeu a procuração que lhe permitia revistar o apartamento de Wooyoung. Então ele deixou seu sanduíche pela metade em sua mesa e arrastou Changbin de carro até o endereço. O prédio em que ele morava era muito menos luxuoso que o de Jeongin. Erguia-se em cerca de dez andares, as sacadas também servindo como patamares, um pouco como alguns motéis. Não muito longe dali, uma linha de metrô passava com um barulho bastante desagradável. A diferença de riqueza dos dois bairros surpreendeu Minho, que esperava que Wooyoung tivesse a mesma posição social de seu amigo.

Ele deixou seu carro preto sob o sol da primavera e se dirigiu para a entrada principal, já cercado pela polícia, que já subiam para o endereço do apartamento.

— Ok pessoal — Changbin se dirigiu a toda a equipe. — Peço que vasculhem todos os cantos, vocês conhecem o perfil da vítima, então se encontrarem algo que não sirva ou que sirva, me digam. Até um CD da Shakira, qualquer coisa. Entendido?

Alguns colegas riram antes de entrarem apressados no apartamento barrado por uma fita amarela colada de antemão. Mas aparentemente isso não foi suficiente para dissuadir ninguém de entrar.

Sob seu olhar espantado, uma cena estranha estava diante deles. Móveis revirados, objetos de todos os tipos enchiam o corredor, papéis pareciam ter sido jogados às pressas. Nada ali estava em ordem.

— Puta merda...

O moreno avançou por entre alguns escombros, seguido pelo amigo. Esperava que nada de importante tivesse sido roubado.

Ele ordenou aos outros policiais que procurassem de qualquer maneira e meticulosamente pistas na bagunça. Enquanto isso, Minho foi para o que parecia ser o quarto do falecido. De qualquer forma, não havia muitas coisas naquele cômodo como nos demais cantos da casa, a busca seria rápida.

Ele atravessou a porta e a sala estava mais ou menos no mesmo estado que as outras, mas com menos coisas. A cama havia sido movida, uma escrivaninha sob a janela transbordava de coisas que obviamente haviam sido tiradas às pressas das grandes gavetas. Uma estante de biblioteca entronizada contra a parede direita, alguns livros estavam milimetricamente organizados e classificados enquanto outros espalhados pelo chão. Nem a pobre planta perto da cama foi poupada. Pobre plantinha, pensou Minho.

Minho evitou de pisar nos objetos e se dirigiu para o escritório. Depois de colocar as luvas de látex, vasculhou os documentos médicos em busca de algum documento interessante. Mas não encontrou nada, nem mesmo nas gavetas. Wooyoung parecia estar limpo e, acima de tudo, tinha a vida muito organizada.

No entanto, se alguém se esforçou tanto para deixar a casa de cabeça para baixo, foi porque estava escondendo algo muito importante.

Ele examinou rapidamente a biblioteca, seu conteúdo como o próprio móvel. Talvez debaixo de sua camada de tinta nas paredes escondesse alguma pista, quem sabe. Qualquer coisa era suspeita.

A agitação dos colegas pelo apartamento o incomodava um pouco. Um cheiro bastante agradável reinava pelo apartamento. Uma mistura de jasmim e rosa, com um toque de toranja, tinha um cheiro muito particular, até raro, mas muito agradável e leve. Essa fragrância, ele tinha certeza agora, era a do perfume de Jisung, que o manteve o mesmo por todos esses anos.

Ele pediu a Yeji que viesse inspecionar o quarto um pouco melhor, e se dirigiu ao banheiro, convencido de encontrar algo ali.

O banheiro era bem pequeno. Uma luz levemente esverdeada pairava acima de sua cabeça, ladrilhos brancos de pedra calcária cobriam toda a sala.

numb to the feeling • minsung | TRADUÇÃOOù les histoires vivent. Découvrez maintenant