002

143 30 22
                                    

Em meio a toda a agitação da delegacia, Minho cantarolava baixinho perto da velha máquina de café no canto não muito longe de seu escritório. 

Após a descoberta do corpo, ele pôde ir para casa por um dia, deixando para seu colega a responsabilidade de coletar informações e trazer de volta algumas coisas importantes com relutância. Ele havia o proibido de não descansar um pouco antes de voltar ao trabalho. Minho frequentemente se sobrecarregava, às custas de sua saúde, superestimando suas habilidades. E mesmo que persistisse em continuar, era um empecilho para a investigação e para os colegas. E a investigação anterior havia sido exaustiva.

Minho ainda era um jovem policial, ainda não tinha trinta anos e era espetacular. Sua perspicácia e lógica o levaram ao cargo de tenente rapidamente. No entanto, mesmo depois de vários anos, certas investigações o perturbavam. Ele não gostou muito do rumo que alguns estavam tomando, e lutar contra o crime era uma crença real, uma meta que ele havia estabelecido para si mesmo desde muito jovem.

Changbin então chegou, a papelada bagunçada em suas mãos.

— Bem, vou resumir o que aconteceu, falei com a equipe.

Minho pegou duas canecas logo enchendo-os de café quente e juntou-se ao seu gabinete partilhado por vários polícias, chutou a porta para fechá-la e colocou uma das canecas em uma das pilhas de lixo que cobriam a mesa de Changbin.

— O café está na sua bagunça. Se cair, descarto toda a responsabilidade — sorriu Minho para o mais novo.

— E depois eu que sou o idiota — Changbin rapidamente pegou sua xícara depois de colocar suas coisas no armário.

Ele ligou o computador e se dirigiu para o quadro de investigação que ficava no centro da sala, visível de ambas as mesas.

— Então, vamos logo com isso, eram cerca de duas horas da manhã. Todo mundo estava bebado, e dois adolescentes — sua caneta hidrográfica bateu na foto do jovem casal de testemunhas — resolveram ir fazer bebês em um quarto.

— Changbin, que merd-

— Mas surpresa! Tinha um cara estranho e psicopata sentado contra a cama e outro cara deitado no tapete em seus braços, banhado de sangue — Minho cruzou os braços enquanto escutava — Então eles acendem a luz, e.... Um cadáver!

— Uau, que grande encenador — o Lee respirou dando um sorriso meia-lua. Changbin pegou mais algumas fotos de sua mesa para adicionar ao quadro e aproveitou a oportunidade para anotar algumas informações.

— Bom, já sabemos que o cara morto se chama Wooyoung. Vinte e três anos, aparentemente solteiro, festeiro, ávido por dinheiro e popular. Ele era um jogador de basquete e muito talentoso. Estudava medicina e era um bom aluno. — Ele olhou para a foto do falecido. — Honestamente, que desperdício. E pensar que esse cara era mais novo que a gente...

Minho se apoiou na beirada da mesa para ter uma visão geral melhor do quadro, apesar dos poucos itens que continham.

Ele apertou os olhos e mordeu a bochecha em pensamento.

— Ryujin disse que o assassino deve ter usado uma faca de cozinha. No quarto... Deve ter sido premeditado. Então como foi que?

— Sei lá, um aluno ciumento, uma namorada maluca...? — Changbin listou pensando por alguns segundos.

— Encontraram o telefone dele? — Perguntou o Lee.

numb to the feeling • minsung | TRADUÇÃOOnde as histórias ganham vida. Descobre agora