Capítulo 23

137 36 5
                                    

Oi, amores!!

Atrasada por probleminhas, mas cá estou.


Angelina.

Dei um berro tão alto que não consegui definir se voltei a consciência por conta do meu grito, ou da água gelada que caiu em cima da minha cabeça. Mas, mesmo acordada e olhando para o bando de pessoas desconhecidas que devolviam meu olhar assustado com risos debochados, eu imaginava que estava em um sonho ou pesadelo. Será que eu tinha entrado em um multiverso? Com certeza, sim, pois eu não encontrava outra explicação para entrar em um banheiro com um grupo de amigas bêbadas e acordar rodeada por uns... eu não sabia o que eram, nem o que pensar.

— Ah, a vadia acordou? — Ouvi uma voz feminina e virei-me para ver de quem se tratava, porém minha cabeça latejou, girou de forma vertiginosa e vomitei.

— Que nojo! — ela praguejou, e eu gritei de dor ao ser puxada pelos cabelos e arrastada sobre meu vômito até ser jogada contra uma parede longe da sujeira.

— Deixe-a comigo. — Um dos homens que estavam ali chegou perto e começou a filmar meu vexame. Envergonhada, tentei olhar para o outro lado.

— Se vocês me sequestraram imaginando que eu tenho alguma coisa — falei depois que ele parou —, se enganaram de pessoa, eu não tenho dinheiro, nem família que possa pagar um resgate, não existe nesta sala alguém mais dura do que eu.

— Não quero que você me diga o que eu já sei, piranha. — Agachou-se em minha frente e tomou meu queixo com força, obrigando-me a encará-lo. — Responda somente o que eu perguntar.

— Se quer que eu responda algo — sacudi minha cabeça, tentando me livrar do seu agarre —, tire suas mãos imundas de cima de mim.

— Ora, ora, mas que bela surpresa. — Ele se afastou, rindo. — Imaginei que aquele monstro filho da puta fosse querer uma bela submissa, e não uma fera igual a ele.

Ao ouvir sua fala, eu soube que estava se referindo a Alonzo, talvez tivessem assistido àquele fatídico vídeo e imaginaram que seria uma boa ideia me sequestrar para exigir um resgate, ao pensar nessa possibilidade, eu não consegui segurar o riso.

— Do que está rindo, sua vadia? — rosnou, irritado, em minha cara.

— Estou rindo porque acho que me sequestraram para pedir resgate a Alonzo. — Parei de rir e fechei a cara para ele. — Nada mais longe da realidade, ele não dará a vocês um puto centavo por mim, eu fui apenas seu brinquedinho, não significo nada para ele. Eu sou dura e ele não vai pagar, desistam.

— Se não significasse — se levantou e me olhou de cima —, já a teríamos pegado no dia que descobrimos o romancezinho entre vocês. Por que acredita que demoramos tanto?

Pisquei, confusa, tentando ver se tinha entendido bem o que ele estava dizendo.

— Sim, sua vadia, tentamos de todas as formas — grunhiu, colérico —, mas você estava sempre rodeada de dúzias de seguranças. Aquele maldito colocou um exército para protegê-la. Então você está errada, porque caso tivesse sido apenas um brinquedinho, como afirma, aquele monstro jamais teria feito isso, não acha?

— Mentira! — Irritei-me e tentei me soltar, mas as algemas estavam muito apertadas. — Desde que eu descobri que fui entregue a ele para pagar dívidas do meu pai, mandei embora os seguranças e não tive mais nenhum. Se quisessem me pegar, podiam ter feito em qualquer lugar, eu andava sozinha por todos os lados.

— Se você acredita nisso, é mais inocente do que eu imaginava. — Eu os ouvi gargalhar. — Não ia ao banheiro sem ter alguém por perto, pronto para limpar sua bunda.

ALONZO: Trilogia Príncipes do Crime.Wo Geschichten leben. Entdecke jetzt