Capítulo 8

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De volta por aqui meninas, 
Antes de iniciar a leitura um aviso importante.
Capítulo 🔥,assim, quem não gostar pode pular.

Angelina

Minha semana tinha sido uma verdadeira montanha-russa, que me levou do céu ao inferno das emoções. Em um dia, eu estava feliz recebendo boas notícias sobre meu pai, assim como da faculdade, para no outro estar chorando com uma súbita recaída da sua saúde. Como se isso não fosse suficiente para bagunçar minha saúde mental, estava o babaca do Alonzo mexendo com minha estabilidade psicológica de uma forma que eu ainda não conseguia entender, e muito menos controlar. Eu me sentia péssima por passar noites sonhando com suas mãos, boca, corpo, beijos e carícias, em vez de me preocupar com a recuperação do meu pai.

Tentando não enlouquecer de vez, procurei resolver por mim mesma os problemas que iam aparecendo, e mesmo que o babaca tivesse dito para não me preocupar, eu fui atrás e consegui uma bolsa de estudos. Com essa parte resolvida e sentindo-me forte por ter solucionado minha primeira preocupação sem a ajuda de ninguém, apenas com meus méritos e esforços, parti para o próximo desafio, que era o de encontrar uma forma de sair da casa dele, sem acabar com o pequeno fundo que meu pai reservara para minha faculdade.

Essa informação das economias tinha vindo direto dele durante uma tarde de visita, uma das poucas em que ele se encontrava visivelmente bem, alegre e confiante em sua recuperação, ainda que soubéssemos que sua saúde ainda requeria muitos cuidados e que deveríamos ir devagar, passo a passo.

Com as notícias maravilhosas que eu tinha recebido dos médicos, eu voltei para casa quase cantarolando. Depois de uma nova recaída e uma semana difícil, meu pai estava novamente se recuperando, me deixando feliz e animada — se não fosse pelo problema do alojamento, o dia seria perfeito. Mas ele era forte, eu tinha fé de que conseguiria.

Acompanhada por Meghan, uma das minhas sombras, como comecei a chamá-la, deixei o frescor do veículo direto para o inferno na Terra, que era o tórrido verão de Vegas.

— Estou morrendo de sede e suando bicas, logo, logo estarei seca — falei ao entrar no frescor da cozinha e me deparar com Lucy guardando uma sobremesa na geladeira. — Eu ainda não consigo me acostumar com esse calor infernal.

Nas poucas semanas que eu estava vivendo na casa de Alonzo, eu pude conhecer um pouco da rotina, tanto dele, como dos seus funcionários. Lucy era a única que ficava de forma permanente em sua casa e ela era um amor de pessoa. Sempre sorridente, falante, vivia inventando pratos maravilhosos.

Desde o primeiro dia, me tratou como uma filha e eu adquiri por ela um carinho sincero e especial. Tagarelávamos sobre tudo, riamos de qualquer coisa e, graças a Deus, parecia que Alonzo não era o dono da casa, já que nunca estava por perto, eu sabia apenas que ele chegava quando estava amanhecendo, dormia toda a manhã e deixava a casa no início da tarde, levando apenas um sanduíche e um copo de café nas mãos.

Contudo, quando tínhamos o azar de nos encontrarmos na cozinha, Lucy mudava da água para o vinho, imediatamente ficava séria, falava baixo e passava a me chamar apenas de senhorita. Eu não entendia, mas ela parecia ter um verdadeiro pavor do imbecil.

— Imagino como deve ser difícil para você, que morou a vida toda em um clima mais ameno — Meghan, que hoje estava encarregada de me vigiar, falou, se servindo de um copo de água —, mas aqui já estamos acostumados, não é, Lucy?

— Sim, mas eu a entendo, o calor aqui é para poucos — Lucy concordou com ela e, antes de fechar a porta da geladeira, retirou do seu interior uma jarra de suco de laranja, encheu um copo e o entregou em minha mão. — Tome, bebidas frias ajudam a nos manter hidratadas e refrescadas.

ALONZO: Trilogia Príncipes do Crime.Where stories live. Discover now