Capítulo 7

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Olá meninas!!

De voltaaaa,  e por ter demorado aí vai um capítulo mega grande, espero que gostem!

Alonzo Ferraz 

Depois de ter os lábios de Angelina tão próximos dos meus, implorando por eles, além de saber o quão puros e inocentes eram, eu quase pirei. Seu perfume invadiu meu olfato e senti minha mente nublar, pela primeira vez eu me assustei, pois eu tive plena certeza de que, se não me afastasse naquele mesmo instante, talvez eu realizasse não apenas seu pedido, mas liberasse o lado sinistro que habitava em mim e seguisse em frente sem levar em conta nada, além da minha negra devassidão. Sabendo que estava prestes a perder o controle, afastei-me e covardemente fugi.

Aquilo não podia estar acontecendo, ela não podia me afetar da forma como vinha fazendo. Ao abandonar sua casa, cogitei esperá-la para levá-la de volta, contudo, ao entrar no carro, pela primeira vez eu tive a certeza de que não conseguiria controlar o insano desejo que havia despertado em mim. E ao me recordar do seu olhar, calor e perfume, eu não suportei; com uma maldição, pisei fundo no acelerador e deixei o lugar.

— Que inferno! — rugi, ao entrar no meu escritório, e desferi um potente murro contra a porta, enquanto a amaldiçoava com uma fúria descontrolada. — Maldita!

— Agora, sim, eu tenho certeza de que estamos diante de um grande problema, e temos, sim, razão em nos preocupar. — Parei de supetão ao, não só ouvir, mas também ver Romina, elegantemente sentada na minha cadeira, assistindo de camarote ao meu descontrole. — Ou será tarde demais?

— Romina?! — Surpreso, inspirei de forma profunda, tentando voltar ao meu normal, aquele não era um horário em que eu normalmente a encontraria ali. — O que faz aqui?

Com um olhar de impaciência direcionado a mim, baixou sobre a mesa o celular que tinha em mãos, ajeitou seus sedosos cabelos atrás da orelha e, depois de tudo isso, ainda teve a ousadia de colocar seu dedo indicador em frente aos lábios para que eu me calasse. Uma das poucas, talvez a única pessoa que se atrevia.

— Eu vim para convencê-lo a mudar de ideia sobre essa sua vingança. — Olhando direto em meus olhos, descansou a mão sobre a madeira lustrosa da mesa e, pensativa, começou a tamborilar suas unhas lindamente esmaltadas sobre ela. — E agora, depois do que acabo de ver, tenho ainda mais certeza de que estava certa. Há muito essa menina deixou de ser vingança, para se transformar em um grande problema.

— Como assim? — Caminhei vagarosamente em sua direção, fazendo sinal para que saísse da minha cadeira. — Estou com muitos problemas me preocupando, mas nenhum referente a ela. Então não tem como você deduzir que minha fúria é por sua causa.

— Não estou deduzindo. — Deixando a cadeira, se dirigiu ao sofá, disposta a acabar com a minha paciência. — Eu o conheço, Alonzo Ferraz, Príncipe de Vegas, o Anjo da Morte, não importa, eu o conheço desde que cheguei à nossa casa. Naquela época, você tinha quantos anos? Dezoito, vinte? Não sei, mas desde que o conheci você nunca mudou, jamais permitiu que suas emoções aflorassem, nunca conseguimos decifrar seus sentimentos, saber se está feliz, triste ou irritado. Você sempre foi frio, neutro como as águas paradas em um lago sem vento. Se algo ou alguém o atrapalhava, o tirava do caminho, resolvia o problema e seguia adiante. Bom, isso até agora.

Eu sabia perfeitamente a que ela se referia, contudo, era como se de repente uma chave tivesse sido girada em algum lugar em meu interior, e apenas pensar em Angelina fazia com que meu sangue fervesse e minhas emoções aflorassem sem controle. Porém, Romina já tinha visto mais do que o suficiente, e eu não daria a ela a chance de continuar enxergando além do que eu geralmente permitia. Sentimentos enfraqueciam, eu não tinha sentimentos, eu não era fraco.

ALONZO: Trilogia Príncipes do Crime.Onde histórias criam vida. Descubra agora