Não Pode Piorar Mais

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"Hmm... O-O que aconteceu ?"

Em meio a densa neblina, ergue-se lentamente uma garota de cabelos loiros e olhos castanhos. Não era ninguém mais do que Catarina.

Após levantar-se, Catarina observa os arredores — ou pelo menos tenta —, já que a neblina está demasiadamente densa para ela conseguir discernir qualquer coisa. Sem contar que a penumbra predomina nos arredores, dificultando ainda mais sua visibilidade.

— Mas... Q-Que lugar é esse ?! — indagou a pequena para si mesma. O desespero começando a tomá-la. — O-Onde está Joy—

Abruptamente, a cabeça de Catarina começa a doer, como se alguém estivesse pressionando com ambas as mãos a cabeça da mesma. Em tamanha dor e agonia, Catarina cai de joelhos no chão terroso, enquanto apoia as mãos em sua cabeça, desejando que aquela dor cessasse.

"O-O que é isso ?! P-Por quê minha cabeça dói tanto ?" perguntou-se Catarina, cujos olhos começaram a ficar marejados e lágrimas começaram a escorrer.

Juntamente com a dor, memórias também vieram. Memórias de Henrique, irmão mais velho de João, sendo empalado por sua amiga, Sophie, cujas ações claramente demonstraram não ser a sua Sophie, a sua verdadeira amiga. As memórias também mostravam ela sendo puxada por Sophie, enquanto a mesma conversava com o falso João, que carregava Joyce sobre os seus ombros.

Enfim a dor insuportável, bem como as memórias, terminam. Deixando uma Catarina completamente consternada.

Catarina queria chorar, porém mais nenhuma lágrima escorria por seus olhos de tão secos que estavam por tanto chorar. Catarina queria gritar, mas sua voz não vinha e muito menos a atendia. Catarina queria vomitar, mas não havia mais nada em seu estômago para que ela pudesse colocar para fora.

Não dá para saber exatamente quanto tempo passou, mas se pode afirmar que Catarina ficou por um bom tempo ali, parada, estarrecida por um longo tempo enquanto seus olhos permaneciam abertos, no entanto sem mostrarem qualquer sinal de vida.

Crack!

Tirando-a do seu estarrecimento longínquo, Catarina escuta o quebrar de galhos à sua volta.

"Que barulho foi esse ?!"

Catarina começou uma vez mais a olhar as redondezas, no entanto a mesma ainda mantinha-se ajoelhada no chão.

Crack! Crack! Crack!

Gradualmente o quebrar de galhos aumentava, bem como aproximava-se mais da onde Catarina se situava, assim deixando-a mais e mais ansiosa conforme o barulho se amplificava.

Catarina queria muitíssimo correr, entretanto a neblina e penumbra a intimidavam de tal maneira que parte dos seus instintos a diziam que ela deveria manter-se ali, parada, ao invés de arriscar-se em um lugar que ela mal consegue sequer enxergar direito um palmo à sua frente. No entanto, a outra parte dos seus instintos ordenavam que ela corresse dali sem olhar para trás. Que fugisse do que quer que estivesse se aproximando dela.

Catarina tinha um grande dilema em suas mãos: correr rumo ao desconhecido ou ficar para enfrentar o desconhecido.

"Mas que porcari—"

Waaah!

Sem avisos, de maneira súbita e eventual, pula do meio da neblina e penumbra na direção de Catarina um colossal Sussurrador. Uma criatura acinzentada e rugosa, cujos olhos azeviches estavam vidrados em uma Catarina espantada.

"Mas que porra!" pensou Catarina que, em rápida resposta, desviou rolando o corpo para o lado do avanço da criatura.

O Sussurrador passou direto e então forçou seu corpo a parar enquanto fixava suas quatro patas com dedos alongados no chão terroso e folhoso. Assim criando quatro rastros profundos de terra no chão como consequência enquanto seu corpo volumoso derrapava até enfim estacar.

O Que Acontece Depois...Where stories live. Discover now