𔓘ֹ⠀Em andamento.
- taennie, livro um.
Jennie está de luto e tem vivido como uma sombra desde o acidente que levou os seus pais.
Taehyung é o melhor amigo do seu irmão mais velho, e, quando ele concorda em levá-la para sua casa durante alguns meses...
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੭࣪ O6 Jennie
MANTIVE OS OLHOS EM MINHAS MÃOS ENTRELAÇADAS ENQUANTO O CARRO SEGUIA pela estrada sem asfalto e o sol de fim de tarde pintava o céu de laranja. Não queria vê-lo, não queria cores, nada que me trouxesse lembranças e sonhos que tinham ficado para trás.
— Não dificulta as coisas para o Taehyung, ele está nos fazendo um grande favor, você sabe, né, Jennie? E come. E tenta ficar bem, tá bom? Diz que vai tentar fazer isso. — Estou tentando — respondi.
Ele continuou falando até parar na frente de uma casa rodeada de palmeiras e arbustos selvagens que cresciam à vontade. Eu tinha estado na casa de Taehyung algumas poucas vezes e tudo me pareceu diferente. Eu era diferente. Durante o último ano, era ele quem passava por nosso apartamento de vez em quando e ficava lá um pouco com a gente. Fechei os olhos quando de repente me veio à mente um pensamento que me gritava: que, se isso tivesse acontecido antes, o simples fato de dividir um teto com ele teria me dado um frio na barriga e um nó na garganta. Naquele momento, porém, eu não sentia nada. Era isso que tinha acontecido depois do acidente, a marca que havia ficado em mim: um vazio imenso e desolador sobre o qual era impossível construir qualquer coisa, porque não existia nenhum chão para isso. Eu simplesmente “não sentia” mais nada. E não queria voltar a sentir. Era melhor viver assim, anestesiada, do que com dor. Às vezes eu reagia, tinha alguma melhora inesperada, como se algo estivesse tentando acordar dentro de mim, mas eu conseguia controlar, e acabava realmente controlando. Era como ter uma massa de pizza na minha frente cheia de imperfeições e de protuberâncias, pouco antes de eu decidir passar o rolo com força e deixá-la plana.
— Preparada? — Meu irmão me olhou. — Acho que sim. — Encolhi os ombros.
𖹭
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