Capítulo O4

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੭࣪  O4
Taehyung

DESCI DO CARRO E SUBI OS DEGRAUS DA ENTRADA DA CASA DOS MEUS PAIS

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DESCI DO CARRO E SUBI OS DEGRAUS DA ENTRADA DA CASA DOS MEUS PAIS. PONTUAlidade não era o meu forte, e fui o último a chegar, como em todos almoços de domingo em família. Minha mãe me recebeu penteando meu cabelo com os dedos e perguntando se aquela pinta no meu ombro estava lá na semana passada. Meu pai revirou os olhos quando ouviu a pergunta, me deu um abraço e me fez entrar. Lá dentro, meus sobrinhos se penduraram nas minhas pernas até Justin os tirar, prometendo a eles um chocolate.

— Continua com os subornos? — perguntei.— É a única coisa que funciona — respondeu ele, resignado.

Os gêmeos riram baixinho, e tive que fazer um esforço para não me juntar a eles. Eram uns diabinhos. Dois diabinhos encantadores que passavam o dia gritando “Tio Taehyung, me levanta”; “Tio Taehyung, me põe no chão”; “Tio Taehyung, compra isso”; “Tio Taehyung, se mata”, esse tipo de coisa.

Eram a razão pela qual meu irmão mais velho estava ficando careca (e ele nunca admitiria que usava produtos para evitar a queda de cabelo) e pela qual Emily, a garota com quem ele começara a namorar no colégio e que acabara se tornando sua esposa, tinha se rendido ao conforto das roupas de malha e a sorrir quando uma de suas crias vomitava nela ou decidia rabiscar suas roupas com canetinha.

Cumprimentei Oliver com um gesto vago e caminhei até Jennie, que estava em frente à mesa posta, com o olhar fixo no desenho da folhagem que estampava as bordas do aparelho de jantar. Ela me olhou quando me sentei ao seu lado e dei nela um empurrãozinho amigável. Não respondeu. Não como teria respondido algum tempo antes, com aquele sorriso que cobria todo o rosto e que era capaz de iluminar uma sala inteira. Antes que eu lhe dissesse qualquer coisa, meu pai apareceu segurando uma bandeja com um frango recheado, que deixou no centro da mesa. Eu já estava olhando em volta, meio desconsolado, quando minha mãe me passou uma tigela de legumes refogados. Sorri agradecido.

Comemos e conversamos acerca de tudo um pouco: a cafeteria da família, a temporada de surfe, a última doença contagiosa que minha mãe tinha descoberto que existia. O único assunto do qual não falamos foi aquele que pairava no ar, por mais que o estivéssemos evitando. Quando chegou a hora da sobremesa, meu pai pigarreou e então ficou claro que tinha cansado de fingir que não estava acontecendo nada.

— Oliver, meu caro, você pensou bem?

Todos olhamos para ele. Todos, menos sua irmã. Jennie não tirou os olhos do cheesecake.

— A decisão está tomada. Vai passar rápido.

Com um gesto teatral, minha mãe se levantou e colocou o guardanapo na boca, mas não conseguiu esconder um soluço e foi para a cozinha. Fiz que não com a cabeça quando meu pai quis segui-la e me ofereci para acalmar a situação.

Respirei fundo e me apoiei na bancada ao lado dela.

— Mãe, não faz assim, isso é o que eles menos precisam neste momento...
— Não consigo, filho. Que situação insuportável! O que mais pode acontecer? Está sendo um ano horrível, horrível…

Tudo o que nunca fomos  𑁯 𝐉𝐍𝐊 + 𝐊𝐓𝐇Where stories live. Discover now