Caçador Destinado

60 10 6
                                    

Rochas maciças, quebradiças e pontudas, se sobressaem pela escuridão, a única coisa iluminando esse buraco, um sol pálido, entrando pelas frestas para iluminar, essa ravina solitária, apenas, uma pessoa se encontra lá, mas... não é uma pessoa, definitivamente não é uma, apenas tem o formato, e um corpo humanoide, mas tem chifres longos, retorcidos e bizarros, uma aparência aterrorizante, a pele negra ônix, parece tão resistente que poderia ser inquebrável, tem olhos brancos e vazios, um verdadeiro demônio imponente que poderia dizimar tudo, com uma pressão absurda que faz qualquer um tremer... mas... solitário, sozinho nessa escuridão, fadado, com um buraco no peito, e assim, ele fecha os olhos.

E então, alguém abre os olhos

'Hm... Que sonho estranho'

Se espreguiçando e se alongando, um menino, acordando de um de seus diários sonhos estranhos, ele se levanta, de sua cama no chão improvisada bem barata e pobre, ele anda até seu banheiro e olha no espelho que tem uma rachadura no canto inferior direito, um menino de pele pálida, cabelos pretos bagunçados, magro baixo, com seu pijama que é nada mais que uma camisa preta simples com alguns rasgos.

'Bom dia, parece que você tá menos feio hoje'

Ele pensa enquanto olha para si explorando seu rosto com as mãos

'Ah foda-se'

Ele abre uma pequena gaveta de seu móvel sujo e velho, e então pega sua pasta de dente espremida, quando ele vai por ela na sua escova velha com os fios desgastados... nada sai.

'Ah porra... acabou a merda da pasta de dente'

Ele joga em um canto do banheiro e sai dele tirando sua camisa, tudo para revelar seu físico nada atlético, com algumas marcas e seus ossos aparecendo sobre a pele devido à magreza.

Sua casa é mais um cubículo, apenas contendo uma sala onde sua cama fica, um móvel velho e cheio de cupim, uma cozinha que não tem nada além de comidas enlatadas e o seu banheiro. Assim que ele sempre viveu sua vida, podre e imundo.

Ele se cheira e faz uma carreta

'Tô fedendo... melhor tomar um banho antes de sair, parece até que tem um peixe morto aqui'

Ele entra no seu banheiro novamente um pouco estressado e então arranca suas roupas ficando nu, ele vai até o canto de seu banheiro minúsculo, abre o chuveiro e então quando a água bate em seu cabelo sujo e bagunçado ele cai sobre seus olhos deixando ele cego momentaneamente.

Ele levanta seu cabelo e começa a se lavar com um sabonete que ele conserva há meses, tem diversos outros pedaços de sabonete grudados nesse para ficar maior.

Em breve, ele termina de se lavar e veste a sua única e melhor roupa, uma camisa branca e um short preto, além de seu chinelo havaianas.

E assim ele sai de seu barraco intitulado de casa atrás de um mercado com suas míseras economias do mês que contam com diversos trocados que ele carrega em uma sacola plástica.

Enquanto ele anda na rua, as pessoas parecem evitá-lo pela sua aparência e situação, e então ele chega no mercadinho próximo a sua casa, e entra nele, virando seu corpo até as prateleiras que ficam as coisas de banheiro como ele mesmo chama.

Mas uma voz interrompe ele, uma voz rouca e grossa:

“Ei! Noro, que bom que você apareceu agora”

Um senhor de idade, com cabelos grisalhos com a pele manchada pela idade, com uma roupa de vendedor, utilizando óculos de grau grossos, um típico velhinho 'gente boa'

E então Noro se vira para ele enquanto faz uma carranca já esperando o que o Senhor Richard deseja

“Bom dia Senhor Richard”

Forgotten Fragment Where stories live. Discover now