capítulo dois

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Jimin's view.

-Já chega disso... - resmunguei baixo, o suficiente para meu, agora oficialmente, noivo ouvir.

-Não seja ignorante, só mais algumas horas. - revidou, no mesmo tom baixo e exalando superioridade.

Nossos braços estavam unidos desde que chegamos no salão. Não fomos permitidos a nos separar. Desde o fim do jantar, até então, fomos bombardeados com comentários prósperos.

Não aguentava mais. Não queria mais ficar ali. Estive arrancando bifes de minhas unhas a noite toda, apenas para continuar me segurando e mantendo aquele sorriso feliz ridículo no rosto.

O cheiro de JungKook já estava impregnado em meus sentidos, me dando tontura. Seu braço forte apertava o meu. Eu não aguentava mais.

-Não posso mais fazer isso. - disparei, enfim me soltando dele e caminhando apressado para a saída.

Pisava pesado, sentindo o chão machucar meus pés destro dos sapatos. Puxava o colarinho conforme me afastava do barulho. O pânico crescente parecia descontrolado. Eu não aguentava mais!

Andei até o jardim, me enfiando entre os arbustos, me afastando cada vez mais daquele antro dos infernos. Nem mesmo os Santos me salvariam daquela desgraça.

Entre as roseiras, permiti meu corpo a parar. Com a mão na barriga, afrouxei o laço da camisa, deixando meu pescoço livre o suficiente para que eu respirasse novamente. Fechei os olhos, contando até três.

Noivos. Estamos noivos. Oficialmente noivos. Nos casamos em um mês.

Todas aquelas pessoas, me dizendo o quão feliz serei, como os nossos filhos serão lindos e fortes, como nossa alegria estava garantida.

Alegria? Que louco seria feliz num casamento forçado?

-Jimin. - o chamado era pior do que o pensamento.

-Me deixe em paz. - respirei fundo, pronto para me afastar daquele brutamontes insuportável.

O aperto feroz e bruto em meu braço me congelou no lugar. E tudo o que me restou foi encontrar seus olhos enfurecidos.

-Já chega dessa ópera. - grunhiu, exibindo os caninos. -Não pode simplesmente sair desse jeito.

-Não posso? - repeti, incrédulo. -Tanto posso, quanto o fiz. - revidei.

-Basta! - rugiu, como uma fera.

Apesar de nossas intrigas frequentes, era sempre eu quem levantava a voz. JungKook, apesar do temperamento ruim, nunca, jamais, em hipótese alguma, subiu o tom para falar comigo. E ali, vendo sua raiva aquecer seu rosto e inundar seu olhar pesado, pareceu assustador.

-Vamos nos casar, quer você queira ou não. - ditou. -Não ache que pode simplesmente surtar e fugir desse jeito.

-Não é a sua vida que foi destruída. - revidei sério, pego dentro daquela angústia de novo. De repente haviam lágrimas infelizes descendo por meu rosto. -Você não perde nada com esse casamento, eu perco a minha vida.

-Você não... - a forma como sua boca mal conseguia dizer o que pensava. -Não quero me casar com você. - disse, pela primeira vez ele disse, e pareceu diferente de alívio o que eu senti. -Nada nesse nosso mundo me faria desejar casar com você.

E de repente minha raiva parecia fúria. Pura ira dominou meu corpo, e com a mão livre estapeei seu rosto bem esculpido. O estalo foi cortante. A palma de minha mão ardeu.

Prometidos Where stories live. Discover now