Maroon

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Regulus


Essa semana foi insana, para não dizer menos. Evan e Barty o levaram para todos os cantos possíveis da cidade, até na porra do museu eles foram. Ele teve a melhor semana da vida dele com seus melhores amigos, até a manhã de domingo.

Regulus acordou atordoado, por causa de James, de Sirius, sua mãe, de si próprio. Regulus era uma mente pensante, não tinha nada que não o fizesse criar 20 paranóias por segundo. A madrugada anterior havia sido péssima, ele e os meninos estavam voltando andando para seu apartamento e ele viu uma moça vestida de preto da cabeça aos pés, cabelos bem arrumados e pretos, rosto de arrogância, e aquele típico nariz empinado de desdém, seu coração parou. Não, não era ela felizmente, mas ele imaginou se fosse.
Ele falou que estava muito cansado quando chegou em seu apartamento e se trancou em seu quarto.
Meias-noites se tornam minhas tardes quando minha depressão funciona no turno da noite.

Eu odiava as madrugadas.

de madrugada, parece que as coisas doem mais, parece que o meu peito está mais aberto e suscetível a todos os sentimentos do mundo. de madrugada, parece que estou mais vulnerável, mais humano, mais sozinho.

durante o dia, tudo fluía como esperado, cumpria com êxito todos os seus compromissos e afazeres. entretanto, quando anoitecia era como se desmoronasse, era acometido por uma tristeza quase que reflexiva, pensava demais, pensava em tudo, pensava até se esvaziar de si mesmo. suas mãos tremiam, tinha a sensação de que seu maxilar estava paralisando, e no rosto, lágrimas que deixavam a situação mais dramática do que parecia. se sentia cansado, até tentava dormir, mas não conseguia. ficava deitado, semiacordado, ouvindo música, como se estivesse suspenso, em um mundo totalmente vazio, mas inteiramente seu.

é o momento em que sua existência não faz mais sentido, você não é importante pra mais ninguém.
pelo menos é o que sua mente lhe faz acreditar.
o fato de ser insignificante te devora por dentro
toda noite antes de dormir.
quando você deita na cama depois de um dia inteiro, e percebe que você não contribuiu em nada na vida de ninguém, o momento em que você lembra que passou despercebido em varios lugares porque sua presença já não faz diferença.

Você olha para seu celular e não tem uma mensagem, não tem uma ligação perdida, já não tem mais a quem pedir desculpas por não estar presente, ninguém mais faz questão da tua companhia.
você vai desistindo, vai sucumbindo e você pede socorro silenciosamente, um socorro tão silencioso quanto seu choro toda madrugada.
Ninguém pra te ajudar, ninguém pra te puxar para cima ou ao menos afundar junto com você.
você está sozinho, e você sabe que esse sempre foi o teu destino. Se James estivesse aqui...

há dias que doem mais que outros. dias de insuficiência emocional.
dias em que me levanto da cama, mas meu coração permanece lá, adormecido. James.
Porra, eu queria tanto James, só o fato de olhar para ele parece que me acalma, sua presença me deixa livre de pensamentos intrusivos. James.

A gente tem tanto para conversar. esse tempo que a gente passou longe. esse tempo todo distante me fez repensar tantas coisas. sobre mim, sobre a gente, sobre nossa amizade, sobre tudo. eu te odiei em alguns pensamentos. Em outros, eu só queria você por perto, e até sentia falta daquela agitação toda que estava sendo te conhecer cada dia mais um pouquinho.

Não sei nem por onde começar, tem um tanto de coisa que eu só percebi longe de você, é como se sua presença ofuscasse meus pensamentos mais triviais. eu queria ter falado tudo isso antes, quando ainda estávamos nos falando, quando, talvez, houvesse mais sentido nisso tudo que chamávamos de nosso. mas agora já é tarde demais.

Tear drops on My Guittar Where stories live. Discover now