Capítulo 12

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-Como assim? -Olho confusa.

-O Fernando não é fácil de lidar, mas eu juro que ele gosta de você. Caso contrário, já teria te matado. -Ele fala tão tranquilamente que sinto um arrepio na espinha.

Quando chegamos no hospital, somos recebidos por um cenário caótico. Pessoas aglomeradas nos corredores, filas intermináveis nos balcões de atendimento e uma sensação de urgência no ar. Enfermeiros e médicos correm de um lado para o outro, tentando lidar com a demanda crescente.

-Imagina se tivesse alguma emergência. -Debocho de Gregory, que mais cedo havia dito que não teríamos problemas no hospital.

-Não tinha, mas agora tem.-Maisa passa correndo.

-Vamos ao trabalho. -Gregory fala.

Observamos uma mãe aflita segurando seu filho doente, esperando desesperadamente por atendimento. Ao nosso redor, pessoas com expressões de dor e angústia aguardam pacientemente por ajuda. É um retrato triste da realidade dos hospitais públicos.

Sentindo a necessidade de ajudar, Gregory se aproxima da mãe e oferece conforto, enquanto eu me dirijo à recepção para buscar informações sobre o que podemos fazer para agilizar o atendimento. Mesmo em meio ao caos, tentamos trazer um pouco de alívio e esperança para aqueles que tanto precisam.

-Me diga o que eu preciso fazer com urgência. - Falo com a Carolina, moça da recepção.

-Parece ruim, mas te garanto que está pior. - Carolina.

-Vou fazer os primeiros atendimentos. - Digo, indo aos fundos me trocar.

Depois de me trocar, volto à recepção e o caos continua. Triste realidade dos hospitais públicos.

Aqui no hospital, a maioria não faz nada. Normalmente, eu, Gregory, Teodoro, Maísa, as vacas e a Carolina somos os que mais trabalham.

Com as mãos firmes e um sorriso acolhedor, começo a atender os pacientes um por um, ouvindo suas queixas e oferecendo o melhor cuidado possível. Apesar do cansaço, minha dedicação em ajudar aqueles que mais precisam só aumenta.

Já diz o ditado: "Faça o que você ama e não precisará trabalhar." E é exatamente isso que sinto aqui no hospital. Apesar dos desafios e da carga horária intensa, quando estou cuidando dos pacientes, sinto que estou fazendo o que amo. Cada sorriso de gratidão e cada vida que consigo ajudar a melhorar me lembram que estou no lugar certo. O trabalho árduo se transforma em realização pessoal, e acredito que essa é a verdadeira essência de uma vocação.

Em outras palavras, eu amo o que faço e faço de coração. Cada dia no hospital é uma oportunidade de trazer conforto e esperança. A dedicação que coloco em cada atendimento é impulsionada pelo amor e pela vontade genuína de ajudar. Ver a melhora dos pacientes e saber que contribuí para isso é a maior recompensa que poderia receber. Seguir minha vocação e fazer o que amo é um privilégio que valorizo todos os dias.

Vejo uma criança chorando no cantinho do hospital e resolvo conversar com ela. Quando pergunto o que aconteceu, a criança me diz que está sentindo uma dor no pé da barriga. Preocupada, examino a região e descubro que a dor é causada por uma queimadura.

Com cuidado, explico à criança o que aconteceu e começo a tratar o ferimento. Enquanto aplico os curativos, conversamos sobre a importância de evitar brincadeiras perigosas com fogo e como prevenir acidentes no futuro. Ao final, vejo um sorriso de alívio no rosto da criança, sabendo que fizemos o nosso melhor para ajudá-la a se recuperar.

-Obrigado, tia. Quando eu crescer, quero ser médico para poder cuidar das pessoas assim como você. -A criança fala isso, me abraça e é quase impossível não chorar. Limpo as lágrimas que caíram sem querer.

-Por nada, querido, é o que eu amo fazer - digo saindo do abraço.

-Muito obrigada, doutora. Ele é muito traquino, quando vi, já estava chorando de dor - a mãe me diz.

-Imagino que ser mãe não seja fácil, mas por favor, para evitar futuros acidentes, tome um pouco mais de cuidado - falo tentando não parecer grosseira.

-É que eu tenho mais dois filhos, isso é complicado - ela diz, aparentando estar um pouco frustrada.

-Tudo bem, mãezinha, não quero te ensinar a ser mãe, até porque nem filho eu tenho. Só estou pedindo, pois hoje foi isso, depois poderá ser pior. É apenas uma recomendação, tá bom?! - olho para ela com um sorriso.

-Desculpa, doutora - ela abaixa a cabeça.

-Oh, não fique triste. Você é uma guerreira, toda mãe é uma guerreira. Então, por favor, não pare agora. Seus filhos precisam de você. Só pelo fato de ser mãe já te torna uma super mulher! - ela me olha com os olhos marejados.

-A outra médica estava me julgando, falando que não sou uma boa mãe - ela desabafa.

-Não ligue. Só você sabe o que está acontecendo. Pelo que vejo, você é uma mãe e não apenas uma genitora. Vi seu desespero para cuidarmos do seu filho. Então não ligue para o que uma mulher que não sabe sua realidade falo e vou abraçar ela.

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Pode conter erros ortográficos

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