Capítulo três.

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Não sei explicar bem oque tem acontecido comigo e com Jeon. Talvez seja algo comum de casais, mas faz alguns dias que estamos nos estranhando.

Ele chega do trabalho,come,toma banho e se deita. Sem carinho,sem conversa, sem nada. E para piorar, eu também não tentei conversar e já mudei o meu comportamento.

Não o procurei,nem puxei assunto. Estou apenas fazendo as minhas coisas normalmente,como se ele não estivesse ali.

Ele sabe como odeio que me tratem com indiferença. Se ele agiu dessa forma mesmo sabendo disso,então eu não gastarei meu tempo.

××

Mais um dia comum de trabalho,e hoje especificamente,precisei ir à uma empresa para realizar uma palestra sobre a saúde mental dos trabalhadores.

Após me apresentar para todos,no momento que eu estava saindo,fui chamada pelo diretor para sua sala. De primeira eu não entendi,mas me arrependi amargamente de ter aceitado.

Ele dizia pra mim que eu estava linda apresentando, e que não se importava de " Lutar com o meu marido" para me ter.

Ao tentar sair da sala,ele entrou na minha frente e me agarrou. Passou suas mãos pela minha cintura e apertou minha bunda. Com os golpes que fui treinada, saí da situação rapidamente. Aproveitei que ele estava caído no chão e o deixei marcado com o meu salto.

Assustada. Surpresa. Sem reação.

Eu não sabia oque pensar.

Entrei no carro e disparei para casa. Chorei um pouco,ainda raciocinando oque aconteceu.

Só queria estar nos braços de Jeon e me sentir segura. Mas confesso que pelo jeito que estamos,eu só quero ficar sozinha.

Estacionei na garagem,saindo do carro e indo em direção à porta. Destranquei devagar e entrei,com o olhar baixo e perdido. Lágrimas solitárias caiam do meu rosto.

O que aconteceu? Por que aconteceu?

Deixei a bolsa na mesa de qualquer jeito,sem me preocupar em cumprimentar Jeon que estava lendo no canto do sofá.

- Boa noite para você também,S/n. Agora não conversa mais comigo?

Não o olhei, só terminar de deixar minhas coisas próximas à porta e ia em direção ao quarto.

Um banho. Preciso disso.

Ele levantou o olhar ao não obter resposta e mudou sua postura ao perceber meu estado.

Se levantou devagar,como se estivesse em super alerta, assim como os policiais fazem quando um criminoso está fazendo alguém de refém.

Veio em minha direção lentamente.

- S/n? O que foi??

Continuei andando até o quarto, sentindo ele vir rapidamente e me acompanhar. Cheguei até o quarto, e comecei a desabotoar a calça.

- S/n!! Responda, porque está chorando???

Somente de calcinha e sutiã, caminhei até o banheiro. Mas antes de chegar,ele segura meus ombros e me faz encará-lo.

- Pare com isso,S/n! Por favor! Você está machucada? Alguém fez algo com você?

Olhei em seus olhos, e uma lágrima escorreu pelo meu rosto. Seu olhar era de preocupação e tristeza, sei que ele não gosta de me ver assim. Tirar forças do além e respondi suas perguntas.

- Um homem me tocou. Sem o meu consentimento- a tristeza em minha voz era evidente, e ele percebia isso- Eu preciso tomar um banho e limpar os resquícios de suas mãos nojentas sobre mim.

Seu rosto tomou uma feição que eu nunca havia visto. Sua íris escureceu e a tensão se fazia presente no ar.

Ele estava bravo. Muito bravo.

Soltou meus ombros e se aproximou muito do meu corpo.

- Quem?  - Ríspido. Muito ríspido.

- Jeon,agora não...

- Me fale. Me diga quem tocou você sem sua permissão.

- O diretor da empresa que fui hoje me chamou na sala dele - seu corpo contraiu de raiva enquanto eu contava- E disse que lutaria com você para me ter. Quando eu tentei sair ele apertou a minha bunda e segurou meu corpo. Eu pisei nele com o salto. Mas me senti tão fraca, Jeon...

O choro que antes estava preso, se soltou pela minha garganta, e meu choro de tristeza e dor era péssimo de se ouvir.

Braços fortes me acolheram em um abraço apertado. Eu chorei como uma criança.

- Eu vou matá-lo... Eu vou matá-lo... - Ele dizia enquanto acolhia o meu choro e repetia com uma voz carregada de ódio. -

Após me acalmar, ele me levou ao chuveiro e entrou no banho também. Ficou abraçado comigo enquanto eu chorava baixinho, massageando meu cabelo como gesto de carinho. 

- Você não merecia isso, Princesa. E pode ter certeza que vou me vingar do sofrimento que ele lhe causou. Considere esse homem morto. Nunca mais ele tocará em nenhuma mulher, principalmente na minha.

- Isso irá te prejudicar,Jeon.

- Em primeiro lugar, eu não vejo problema em sofrer as consequências por defender você. Segundo, sou comandante do Bope meu amor. Quem eu falar que tá fudido, tá fudido.

- Obrigada...

- Não me agradeça. Eu faço isso porque te amo. Peço desculpas pela forma que te tratei nos últimos dias, eu tenho ficado com a cabeça cheia. Mas eu te amo,minha linda. Não permito que algo ruim te aconteça e ninguém faça nada.

Terminamos o banho, e a forma como Jeon agir me deixou mais tranquila. Saber que aquele homen nunca mais me tocará,me deixa melhor.

E quando digo nunca, é NUNCA.

Deitamos abraçados, nus, e jeon fazia uma massagem gostosa em minha costas com suas mãos grandes e quentes.

Sem malícia alguma,ficamos assim por um tempo.

Nessa noite,acordei diversas vezes com os apertos que Jungkook me dava, mesmo dormindo.

Ele está em alerta. Me proteger é seu traço forte,e com tudo isso acontecendo, se aflora mais ainda.

Eu poderia até sentir dó do homem que mexeu comigo,mas ele não teve de mim quando foi minha vez.

E após as falas de Jeon,para ele estar morto, é questão de tempo.






Casada com o comandante do BOPEOnde histórias criam vida. Descubra agora