-Nós estamos no meio do corredor, parecendo um bando de loucos, vamos descer. -Fernando segura meu braço e me puxa para baixo.
-Você é doente. -Tento me soltar.
-Preste atenção, você vai para casa e amanhã vai trabalhar no plantão, e se eu souber de alguma gracinha... -Para de andar, ele segura meu rosto e chega bem perto. -Vou tomar medidas, as minhas medidas.
Ele solta meu rosto, segura meu braço de novo e me leva para fora da casa, todos olham para nós. Dominic e Gregory vêm até nós.
-Fernando, por que isso? -Gregory pergunta.
-Sua enfermeira me tira do sério.-Ele fala.
-Por que ela te tirou do sério?-O grandão chega.
-Ela não me obedece.-Fala me olhando.
-Você não é meu pai! -Eu digo.
-NÃO MESMO SEU PAI, ELE ESTÁ MORTO! -Ele grita e todos ficam em um silêncio sufocante.
Olho nos olhos dele, esperando alguma resposta ou pedido de desculpas, mas nada vem.
-Você é um merda, seu lixo. -Eu digo, e dessa vez sou eu quem sai da casa.
Saio sem rumo, apenas andando pelas ruas cheias de mansões.
- Tá tudo bem, moça? - Um casal aparece atrás de mim.
- Tá sim, não se preocupem. - Digo me virando e mostro o sorriso mais falso.
- Olha, se quiser, a gente pode chamar um Uber pra você. Mesmo que aqui seja um bairro seguro, não é bom uma mulher ficar andando sozinha aqui. - O rapaz alerta.
- Eu vou aceitar o Uber. - Falo um pouco envergonhada.
- Qual o seu nome? - A moça pergunta enquanto o namorado abre o aplicativo.
- Luiza. - Respondo.
- O meu é Daniela e esse é o Théo. - Diz simpática.
- Coloca o seu endereço aqui no aplicativo. - Ele me entrega o celular.
Coloco a localização e entrego.
- Me passa seu número, Luiza, pra gente conversar um pouco. - A Daniela pede.
Passo o meu número e logo após o Uber chega.
-Muito obrigada, eu estava perdida aqui sem internet, sem nada. Muito obrigada, vocês são uns anjos. - Digo entrando no carro.
-De nada. - Falam em uníssono.
O motorista dá a partida no carro e seguimos até meu "lar doce lar".
-Moça, você parece estar triste. - Ele me olha pelo retrovisor.
-Eu estou bem. - Digo tentando fugir do assunto e o motorista dá uma leve risada.
-Falou igual a minha esposa quando está com raiva de mim. - Ele fala de um jeito tão engraçado que tive que rir. - Olha moça, você é linda, então mostre sua beleza para o mundo. Essa carinha triste não deixa você brilhar. - Ele fala como o... Meu pai.
Flashback on
Eu estava chorando porque caí do patins.
-Filha, está tudo bem, ok? Papai está aqui. - Fala me abraçando.
-Tá... Doendo... Papai. - Falo entre soluços.
-Olha, minha princesa, você é linda, então mostra toda essa beleza para o mundo. Não perca tempo chorando. - Ele me abraça forte e me coloca no chão.
-Patins feio. - Pego os patins do chão e jogo no chão de novo. Consigo ouvir uma risada do meu pai.
Flashback off
- Está vendo uma moça muito mais bonita com um sorriso no rosto. - Ele fala calmamente e eu percebo que estou sorrindo involuntariamente por causa da lembrança.
- Tive um pequeno flashback.
- Deve ter sido com alguém muito importante, não é? - Ele continua olhando para frente. Ele só me olhou uma vez, no momento em que perguntou se eu estava bem.
- Ele era muito importante para mim, a pessoa que mais amei neste mundo...
- Ele era seu filho, seu pai ou seu irmão? Não precisa responder se não se sentir à vontade.
- Meu pai. Ele foi assassinado e eu vou fazer de tudo para vingá-lo. - Falo determinada.
- Você seria capaz de fazer qualquer coisa pelo seu pai?
- Sim?
- Então seja feliz por ele. Não o conheço, mas tenho certeza de que ele queria que sua filha fosse feliz, onde quer que ele esteja. - Ele fala enquanto estaciona o carro e, quando termina, vira para trás e me olha. - Vá a uma festa e aproveite a vida, mocinha. Ela é muito curta. Investigue a morte do seu pai, mas não se abandone. Com certeza ele não gostaria disso.
- É verdade. - Digo, abrindo a bolsa para pegar o dinheiro.
- Moça, a corrida já está paga. - Ele mostra o celular.
- Ah, eu não sabia. Muito obrigada, senhor. - Digo sorrindo e saindo do carro.
-Fico feliz em poder ajudar. Se cuide também e boa sorte com a investigação. -Ele vai embora.
Entro na casa e vejo minha mãe aparentemente desesperada.
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Pode conter erros ortográfico
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VOCÊ PERTENCE A MIM
ChickLitEle decide ajudar ela a investigar a morte de seu pai, porém ele quer algo em troca. -Nada é de graça meu bem. -O que quer?-Pergunto -Você. Ela só não imaginava que tudo em sua vida era uma grande mentira. Início: 30/11/2023 Fim:??/??/????
Capítulo 09
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