Muitos dizem que a nossa vida passa diante dos nossos olhos, quando estamos á beira da morte. Posso dizer que é algo mais ou menos assim, porque o que ninguém fala é que a vida que não vivemos também passa, como se para mostrar como tudo poderia ter...
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ALICE
Olho mais uma das opções de vestidos e não consigo gostar de nenhum em especial. Izabel e Tina estão conversando como se fossem as melhores amigas há anos. Meu telefone toca, procuro ele na bolsa, e quando encontro vejo se tratar de Rachel.
— Oi. — atendo. — Como você está Rachel?
— Você esqueceu de mim. — ela afirma com convicção. Sinto um peso, porque eu realmente não lembrei dela nesses últimos dias.
— Eu estava muito ocupada, desculpa meu amor. — ela fica em silêncio. — Rachel?
— Vocês estão sempre muito ocupados. — meu coração aperta com suas palavras. Escuto vozes ao fundo, mas não consigo identificar.
— Onde você está? — pergunto.
— Tchau tia. — ela fala e logo desliga. Fico um tempo parada olhando para o telefone e tentando entender como consegui esquecer dela?
— Alice, e esse? — Valentina aparece na minha frente com um vestido que com certeza conseguiu chamar minha atenção.
— Nossa. — falo me aproximando e vendo os detalhes.
Ele é composto por duas peças, um tubinho de alças, e que vai até quase o joelho, mas é sobreposto por outra peça toda em renda.
— Ele deixa as partes certas cobertas. — Izabel fala ao meu lado. — Se bem que pelo tamanho da sua bunda, não vai cobrir muita coisa. — acabo rindo.
— Não exagera. — falo pegando o vestido.
— Ela não exagerou amiga. — Tina me empurra para o provador. — A única coisa exagerada aqui é sua bunda. — ela me empurra e acerta um tapa estalado em meus glúteos.
Paro de dar tela ao que elas falam e fecho a porta, realmente encantada com o vestido. E tenho a comprovação assim que me olho no espelho já vestida. É simplesmente maravilhoso. Escuto vozes das duas do lado de fora, mas uma eu não reconheço.
Quando saio sinto um cheiro familiar.
— Puta merda. — Izabel é a primeira a me ver. Ela se aproxima.
— Amiga... — Valentina se aproxima e quando ela chega onde estou o cheiro se intensifica.
— Quem estava aqui? — pergunto sentindo que conheço esse perfume. As duas se entreolham. — Não tinha alguém conversando com vocês?
— Ah, era um homem que queria usar o provador, mas explicamos que estava ocupado. — acho estranho, já que a loja é toda somente de artigos femininos.
— Mas um homem? — pergunto, e as duas dão de ombros. — Esse perfume eu já senti ele em algum outro lugar.
— Não se pode chamar isso de perfume. — Izabel comenta.