Minha mãe me olhou desconfiada por um momento, mas decidiu não insistir no assunto. Terminei de me arrumar e fui para a sala, onde minha mãe estava sentada no sofá.

- Vamos então? - Perguntei fingindo animação.

- Sim, vamos. Mas não se esqueça de me apresentar esse tal Gregory. Quero conhecê-lo pessoalmente. - Ela disse me olhando com nojo.

Engoli em seco e concordei, velha maluca. Fomos até a porta e Fernando estava de pé na frente do seu carro e que carro.

- Oi, Luzia! Pronta para o churrasco? - Ele disse com um sorriso enquanto abria a porta do carro para mim.

"Fofo"

- Com certeza! - Respondi, tentando ignorar o olhar curioso da minha mãe.

Entramos no carro e partimos em direção à casa do Fernando. Durante o trajeto, conversamos diversos assustos e eu tentava desviar as perguntas da minha mãe sobre como nos conhecemos e nossa relação.

Chegamos ao local do churrasco e fomos recebidos pelos amigos do Fernando sendo um deles o Gregory. A música estava alta, a piscina estava relativamente cheia e o clima estava perfeito para um dia divertido, mas não foi pra isso que eu vim. Eu me senti aliviada por estar rodeada de pessoas que não conheciam minha situação complicada.

Era difícil manter a farsa quando nossos olhares se encontravam e eu sentia meu coração acelerar. Parecia que a hora de conversar não chegava nunca.

Minha mãe se aproximou de mim com um sorriso malicioso.

- Esse Gregory é realmente encantador, Luzia. Vocês parecem se dar muito bem. - Ela disse sussurrando em meu ouvido e me olhando desconfiada.

"Essa velha vai dá em cima do Gregory ou ela acha que eu tô pegando ele?"

Engoli em seco novamente, sem saber como responder. Será que minha mãe estava desconfiando de algo? Será se ela acha que eu tô investigando a morte do meu pai?

Enquanto tentava disfarçar minha ansiedade, decidi aproveitar o churrasco e interagir com os outros convidados, mantendo uma certa distância do Fernando enquanto ele não me chama para ir me contar tudo que ele sabe.

Eu estava conversando com um dos homens que conheci no hospital. Ele se chamava Dominic e era um completo safado, mas engraçado.

Olhei em volta e vi minha mãe conversando com uma morena muito bonita. Continuei olhando e vi Gregory conversando com o cara que eu vi armado no elevador. Logo depois, meus olhos encontraram os de Fernando, que me olhavam fixamente.

Ele fez um sinal com a mão para que eu fosse até ele. Assim quando cheguei o homem sai.

-Vejo que você estava ansiosa para a nossa conversa, Luzia - diz quando eu me sento na sua frente.

-Sim, eu estou. Quero saber de tudo - digo, mas não demorou muito para a minha mãe chegar e sentar na cadeira ao meu lado.

-Ainda não conheci você - ela olha para o Fernando.

-Meu nome é Fernando - ele responde, bebendo um gole do líquido amarelo.

-Então a Fabiana e o Fabrício são seus irmãos?

"Rapaz, eu ainda não conheci ninguém. Apenas o Dominic e a velha maluca já conheceu todo mundo."

-Sim - ele responde e volta a me olhar. - Luiza, posso falar um minutinho com a sua mãe? - ele continua me olhando.

-Pode - respondo, virando os olhos e saindo.

Entrei na casa e comecei a reclamar.

-Agora deu o caralho mesmo. Vim aqui pra resolver um problema e não consigo. Tomar no cu!

-Calma, um homem moreno muito parecido com o Fernando aparece.

-Desculpa, falo envergonhada.

-Tá tudo bem, como é o seu nome? - Ele pergunta pegando uma garrafa de água na geladeira e colocando no copo.

-Meu nome é Luzia. - Respondo. E o seu?

-Fabrício, sou irmão do Fernando. - Ele me entrega o copo de água. - Pegue e tente ficar mais calma, Luzia.

Pego o copo e bebo.

-Posso perguntar o que te deixa estressada?

-Minha mãe. Ela é um saco. - O olho e ele parece triste.

-O que é ruim na sua mãe?

-Ela não me entende, sabe tudo é só jeito dela, ela nunca me escuta e está sempre fumando aquele maldito cigarro.

-Ela era assim antes ou começou agora? - Ele me olha, aparentemente ele sabe de algo.

-A gente brigava um pouco antes, mas depois da morte do meu pai tudo ficou pior.

-Acho que sua mãe precisa de uma ajuda extra. Eu sou psicólogo, posso te dizer que sua mãe não está nos seus melhores momentos.

-Talvez eu tenha que procurar ajuda pra ela. - Abaixo a cabeça.

-Você também precisa de ajuda. Todos precisam de terapia, esse mundo é louco. - Ele me olha divertido.

-É, todos precisam. - Respondo sorrindo.

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Pode conter erros ortográficos

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