NOVA Berlim 2099

Dossiê Introdutório - Dados Históricos - Terceira Guerra Mundial, 27.11.2023.

A guerra nuclear que ocorrera, principalmente entre os EUA e a China, foi rápida, porém devastadora. Como muitos cientistas políticos afirmaram na época, a insistência chinesa em impedir a navegação estrangeira através do Mar da China Meridional - ou Mar do Sul Chinês - não seria tolerada por vários dos governos ocidentais, principalmente pelo governo norte-americano. Havia também claras evidências de armas nucleares no Oriente Médio, mas os países suspeitos, na época, não representavam ao governo americano e nem ao globo uma ameaça a ser considerada. Países do continente europeu, que estavam sob nosso tratado, também se envolveram nessa guerra, mas o tempo de reação dos dois países principais foi tão curto que tornou parca a participação de outros Estados na tão temida terceira guerra.

Depois de muitas tensões diplomáticas e políticas internacionais inconclusivas, os chineses deram seu primeiro golpe. Uma rápida e violenta ação militar havia sido perpetrada pelo governo chinês contra Taiwan, resultando em uma retomada geográfica e política total, desde que a ilha havia fundado sua república, no século passado. Todos os tipos de represálias internacionais despontaram após a República Popular da China reanexar Taiwan ao seu território, incluindo principalmente uma série de embargos comerciais e ameaças de contra-ações militares, ditados em sua maior parte pelos Estados Unidos da América.

Então, cerca de vinte dias após seu ato militar, o governo chinês, que se via agora sob um iminente ataque internacional, adiantou-se novamente, disparando mísseis contra os satélites geoestacionários internacionais - satélites americanos, europeus e japoneses em sua maior parte - que se encontravam sobre o seu território, interrompendo, assim, a comunicação aliada que poderia ter notificado o inesperado e rápido ataque nuclear, que teve como seus alvos principais Washington e Nova Iorque e que provocou então a instantânea resposta do governo americano. A guerra que se seguiu foi rápida, porém seus resultados foram avassaladores. Não houve tempo suficiente para que o mundo tomasse qualquer medida imediata para evitar o conflito. Tudo que o mundo e a ONU - juntamente com nossa organização - puderam fazer foi apaziguar os lados conflitantes para evitar uma destruição em escala global e seus efeitos inimagináveis.

Os dois principais países envolvidos, que até então eram poderosas potências globais, agora estavam completamente arruinados. Além da catástrofe humana que a guerra havia causado, as perdas ocorridas em ambos os lados havia desfeito completamente a economia global - a partir da morte por envenenamento nuclear de grandes áreas de cultivo agropecuário e pesqueiro, em territórios norte-americanos, e da destruição dos grandes centros industriais, em territórios chineses. Muito daquilo que esses dois países possuíam e que contribuía diretamente com o mundo moderno havia sido perdido para sempre.

Paralelamente, ataques isolados, engendrados por grupos de terroristas sauditas e iranianos, oportunamente ocorreram contra as principais cidades britânicas e francesas, porém foram facilmente repelidos pelos respectivos governos, que, em seguida, lançaram um rápido contra-ataque, enfraquecendo assim os grupos extremistas.

No fim, uma nova corrida econômica se seguiu. Muitos países que já procuravam anteriormente pela chance de tomar o lugar das duas grandes potências finalmente haviam encontrado a oportunidade de erguerem-se das sombras, principalmente porque a destruição sofrida pelos dois gigantes os transformara em um par de aleijados dependentes. Japão, Rússia, Índia, Brasil, Alemanha, Reino Unido, França e Itália encontravam-se imersos em uma guerra silenciosa pela posição de superpotências econômicas e, agora que seus maiores adversários haviam perecido, todos eles lutavam por uma delicada e ilusória dianteira, que durou apenas até o grande terremoto que assolou o globo em 2025.