Berlim, 16:47 - 19.02.2099.

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Aproximadamente vinte minutos depois, o Tenente Anderson já adentrava o amplo e aberto pátio da Dan-ho Enterprises, não desperdiçando a oportunidade de acelerar seu carro ao máximo, antes de chegar ao portão de entrada do estacionamento subterrâneo da DCE. Parando à frente dele, submeteu-se novamente aos procedimentos padrões de identificação para, em seguida, adentrar o estacionamento e parar em sua respectiva vaga. Mal desligou seu veículo, seus colegas saíram de seu carro, com a Tenente Lweiz indo em direção à traseira, dizendo-lhe em voz alta:

- Keith! Abra o porta-malas desta banheira, por favor!

Escutou o ofensivo pedido e lançou-lhe um olhar de insatisfação, enquanto saía de seu veículo para em seguida clicar em um botão da chave computadorizada, abrindo então automaticamente seu porta-malas. A Tenente Lweiz recolheu o estojo acolchoado que ali havia colocado, fechou o porta-malas e lançou um olhar impaciente para o Tenente Anderson, que subentendeu que já poderia trancar seu carro.

Após trancar o veículo, o Tenente Anderson lançou um interrogativo olhar para seus colegas e, em seguida, perguntou-lhes:

- E agora?

- Seguinte... - questionou-lhes a Tenente Lweiz, direcionando seu olhar a todos. - Vamos mesmo ir direto falar com Falthouser?! Eu preciso largar isto aqui no meu escritório antes.

- Acho melhor! - respondeu-lhe a Tenente Moss. - Poderemos sair de lá já com outro plano de ação. A menos... que queiram procrastinar e deixar isso pra amanhã.

- Ficou maluca?! - retrucou incredulamente o Tenente Johansen. - Acha mesmo que a Otan vai ficar enrolando?! Qualquer minuto que gastarmos à toa será de vantagem pros nossos inimigos.

- Por pior que seja - disse-lhe então a Tenente Lweiz -, tenho de concordar com Adler! Ontem... o cara atirou pra matar! E quase derrubou um de nossos agentes! Mesmo que venhamos a pedir demissão, o que seria uma total demência, já sabemos o suficientes pra Otan vir atrás de nós de um jeito ou de outro.

- É verdade! - pesarosamente então concordou a Tenente Moss nesse momento. - O que precisamos agora é, de alguma forma, levantarmos provas contra a Otan e levarmos isso a público! Realmente não teremos paz enquanto os deixarmos à espreita.

- Então vamos! - disse o Tenente Anderson aos seus colegas, para em seguida começar a caminhar em direção aos elevadores do estacionamento.

Ao alcançarem o painel de acesso dos elevadores, a Tenente Lweiz requisitou por vários deles, dizendo em seguida:

- Me esperem no... corredor do andar da diretoria. Só vou largar isso lá em cima e já subo em seguida.

- Relaxe, Alana! - disse-lhe o Tenente Anderson tentando, em vão, conter um sorriso jocoso que tomara involuntariamente seu rosto. - Te esperaremos em seu andar e iremos todos juntos. Estamos com você nessa!

Porém, compreendendo a piada de mau gosto, a Tenente Lweiz lançou-lhe um olhar cerrado e retrucou soturnamente:

- E... eu deveria me sentir reconfortada com isso?!

- Por que não?! - respondeu-lhe o Tenente Anderson já sorrindo sarcasticamente, baixando então a cabeça e levando sua mão esquerda ao rosto no exato momento em que a sineta dos elevadores anunciou a chegada de um destes à garagem.

Os chefes da segurança interna adentraram o elevador e a Tenente Lweiz requisitou seu andar, ainda olhando cerradamente para o Tenente Anderson, que permanecia de cabeça baixa tentando, em vão, conter seu riso - tarefa bem mais sucedida pela Tenente Moss e pelo Tenente Johansen, que apenas permaneceram-se calados - enquanto o elevador subia ao andar da Tenente Lweiz. Durante seu percurso, o elevador transportou alguns funcionários que trafegavam entre os vários andares da DCE e que, ao entrarem ou saírem, cumprimentavam os chefes da segurança já presentes.

NOVA Berlim 2099Onde histórias criam vida. Descubra agora