Berlim, 21:01 - 19.02.2099.

7 1 0
                                    

Aproximadamente vinte minutos depois, a Tenente Lweiz, na difícil companhia do Tenente Anderson, cruzava o pátio da Dan-ho Enterprises, seguindo em direção ao portão do estacionamento subterrâneo do prédio. Atravessou este, após confirmar sua identidade junto ao sistema, enquanto o Tenente Anderson observava atentamente se ninguém pularia ao lado do carro, na tentativa de invadir o prédio. Observou então a Tenente Lweiz essa demonstração de paranoia e balançou a cabeça negativamente, enquanto procurava estacionar em uma vaga próxima aos elevadores.

Mal estacionou o veículo e saltaram para fora dele, caminhando rapidamente em direção aos elevadores, enquanto a Tenente Lweiz trancava seu carro remotamente. Eram 21:03 quando o Tenente Anderson observou o relógio que pairava em seu campo de visão digital, no exato momento em que, ao tocar no painel de acesso dos elevadores, um deles imediatamente abriu-se. Tomaram-no então para subirem até o refeitório, e ao alcançarem o andar requerido, notaram que poucos eram os funcionários que se encontravam presentes, logo após terem deixado o elevador e terem adentrado o recinto.

O refeitório da DCE funcionava vinte e quatro horas por dia, visando atender setores que estivessem estendendo sua jornada de trabalho, além das equipes de segurança, manutenção e primeiros socorros, durante seus turnos de plantão, além de pesquisadores fanáticos por trabalho. Cumprimentaram, após adentrarem o recinto, os poucos que naquele momento estavam jantando, enquanto seguiam direto para a ala executiva, na qual deduziram que os únicos presentes seriam apenas o Tenente Johansen e a Tenente Moss, fora dois garçons plantonistas, obviamente.

Enquanto seguiam em direção à mesa que seus colegas, esparramados, já ocupavam, ao fundo da ala exclusiva, a Tenente Lweiz e o Tenente Anderson notaram que, além de uma garrafa de vinho e duas taças cheias, o clima entre os ocupantes da mesa aparentava estar demasiadamente amistoso para uma reunião pós-operacional. Nesse mesmo instante, a Tenente Lweiz lançou um malicioso olhar de soslaio para o Tenente Anderson, expressando:

- Huuumm...

O Tenente Anderson claramente compreendera o que a Tenente Lweiz queria dizer e, devolvendo-lhe, então, o mesmo olhar, disse-lhe sarcasticamente:

- Eu já desconfiava.

- Conversa! - respondeu-lhe então jocosamente a Tenente Lweiz, antes de desfazerem os semblantes maliciosos que estampavam, para, em seguida, aproximarem-se e tomarem também lugares à mesa.

- Então... - perguntou-lhes a Tenente Lweiz - o que realmente encontraram como provas, no interior do local?

- Nós... bom... - interrompeu-se nesse momento o Tenente Johansen, parcialmente desfazendo-se de sua descontração, enquanto observava o Tenente Anderson encher sua respectiva taça até a borda. - Pensei que podíamos pedir o jantar antes e já nos livrarmos dos garçons!

- Tá! Pode ser - concordou insatisfeita a Tenente Lweiz enquanto se esparramava também em sua cadeira, acenando então para um dos garçons presentes.

Mesmo estando no outro extremo da ala exclusiva, próximo à entrada da cozinha, o garçom não levou muito tempo para alcançar a mesa em que estavam, perguntando-lhes ao aproximar-se:

- Senhoras e senhores, boa noite. Em que posso servi-los?

O Tenente Anderson, que acabara de sorver a taça que enchera, suspirando perguntou-lhe:

- Qual é o prato do dia, meu amigo?

- Sushi e sashimi, senhor. Salmão como corte principal.

- Perfeito! - em satisfação exclamou-lhe o Tenente Anderson. - Traga mais uma garrafa dessas... e eu vou querer umas quinze peças variadas de sushi e outras quinze de sashimi.

NOVA Berlim 2099Where stories live. Discover now