Berlim, 11:02 - 18.02.2099.

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Aproximando-se novamente de seu teclado, o Tenente Johansen não gastou mais que um minuto, nem mais do que cinco linhas, redigindo um e-mail explicando a situação, informando o nome e anexando uma imagem de um dos documentos com foto dos quais queria consultar. Ao terminar de fazê-lo, ele recostou-se novamente em sua poltrona e resmungou:

- É... está feito. Vamos esperar agora.

Parou por um instante e, observando, por um momento, os documentos e cartões sobre sua mesa, voltou a se aproximar de seu teclado e começou a digitar algo freneticamente. Notando isso, através da tela do DataLink, o Tenente Anderson lhe perguntou:

- Qual o problema agora?

- Vou acessar os scanners da minha sala e verificar quanto ele tinha nos cartões - respondeu-o com um sorriso sádico no rosto, para logo o desfazer em um semblante de decepção antes de resmungar aos seus colegas:

- Que merda, esse coitado não tinha mais do que 2300 créditos! Bom... como todos fizemos um excelente trabalho hoje, acho justo dividirmos esse espólio. Me passem uma conta pra fazer a transferência! HUAAHuhaUhAUhAUhuAhAuah!

- Ou, peraê... - interrompe-lhe a Tenente Moss - Não há como rastrearmos alguma informação a partir do depósito nesses cartões?

- Perda de tempo! São cartões não nominais. Não vamos encontrar nada.

- Aahh... então, passe minha parte! - disse-lhe então a Tenente Moss em tom de falso remorso.

Como, acima de tudo, os chefes do DSI não passavam de mercenários, nenhum deles questionou a idoneidade do que se seguiu, e dividiram com satisfação o prêmio por uma missão cumprida. Mal terminando esse momento mercenário, o Tenente Johansen recebeu a notificação da chegada de um novo e-mail à sua caixa de entrada, enviado pelo vice-presidente da DCE. Clicou na tela holográfica que pertencia ao seu sistema e-mails e levou alguns instantes para ler o conteúdo que lhe havia sido enviado. Nesse momento, ele inclinou sua cabeça para frente, apoiou seus cotovelos sobre a mesa, espalmou suas mãos uma contra a outra, afastou assim suas palmas e manteve seus dedos retos, apenas com as pontas encostadas umas às outras. Apoiando, então, seu queixo na ponta de seus dois polegares e olhando tenebrosamente para sua tela de e-mails, taciturnamente falou aos seus colegas:

- Agora a porra ficou séria.

- O que foi que aconteceu? - perguntou-lhe a Tenente Lweiz curiosa e preocupadamente.

- Falthouser respondeu. A Interpol não achou... nada!

O grupo então se entreolhou silenciosamente, por alguns momentos, até o silêncio ser novamente rompido pela Tenente Lweiz:

- Se os documentos são falsos, e o prisioneiro que temos simplesmente não existe... quem o enviou?

Então, nesse momento, o Tenente Anderson retirou do bolso interno de seu sobretudo o flash drive que estava consigo e, mostrando-o aos seus colegas, disse-lhes:

- Então... seja lá o que for que ele tenha vindo buscar, com certeza é algo ainda maior do que imaginávamos.

- Keith... -soturnamente lhe disse o Tenente Johansen - me envie uma cópia desse arquivo! É óbvio que está criptografado.

- Ok - respondeu-lhe o Tenente Anderson colocando o flash drive sobre sua mesa e acessando seu conteúdo por meio dos scanners instalados em sua sala. Encontrando apenas um único arquivo dentro do dispositivo, ele o copiou e o enviou para o Tenente Johansen através do DataLink. Ao recebê-lo, o Tenente Johansen notou imediatamente que o contêiner14 do arquivo lhe era desconhecido e, ao tentar abri-lo, surgiu à sua frente uma tela de confirmação de login e senha, assim como havia previsto.

NOVA Berlim 2099Where stories live. Discover now