Era uma música leve, parecia retirada dos céus, como algodão doce, e me batia forte toda vez que a escutava, me lembrava cada pedaço da Helo.

Pra mim a parte que definia a gente, era a parte que diz que não queríamos ser taxados pelas coisas que temos medo e nem pelas coisas que odiamos, mas sim pelo amor, pelas coisas que amamos, o amor que sentíamos um pelo outro.

- Chegamos, bora que a gente tá atrasado.

Saímos correndo do carro, deixando com o manobrista, que pediu pra tirar uma foto comigo, mas eu não respondi e acabei me sentindo mal depois.

Minha mãe havia feito um cartaz, brega, escrito Helo, Helena e Lenny.

E lá estava ela.

Linda, como sempre, podia sentir seu cheiro a distancia que estávamos um do outro.

Ela me olhou assustada e sinto que seu coração começou a bater tão rápido que limpou as mãos nas roupas, como fazia quando estava nervosa com algo.

Sorri, mas ela não sorriu de volta, virou o rosto, não conseguia nem me olhar, morri de vergonha ali. Não deveria ter vindo.

- Helenaaaa - Minha mãe falou alto, elas se abraçaram, faziam anos que elas não se viam mas continuavam melhores amigas.

Resolvi falar alguma coisa com certa vergonha, não estava nem preparado então minha voz saiu abafada e fina.

- Oi tia Helena - Limpei a garganta, parecia um menininho falando.

- Oi Jobe, meu Deus como você cresceu! - Ela falou com o abraço mais apertado do mundo.

- Oi tio Lenny, já garanti seu ingresso pro jogo de amanhã, vai me ver jogar né? - Aperto a mão do pai de Heloísa, ele era um cara muito legal.

- Oi filhão, claro né, primeira coisa que vou fazer aqui é ir ver você jogar. - Damos risada e depois um abraço.

Heloísa está terminando de falar com minha mãe, elas se abraçaram e Helo parecia estar quase chorando, quando minha mãe a entregou o sanduíche feito com tanto amor.

Decidi falar com ela, afinal só tinha vindo por causa disso.

- Oi Helo - Falei contido, ela não parecia estar muito
acessível.

- Oi Jobe - Ela responde, já é um começo, já que achei que ela iria me ignorar, mas não é do feitio dela ser má.

- Estava com saudades, de verdade - Falo, sério e com temor a cada palavra.

- Cadê a Amy? - Ela parece ignorar minha fala, e fala no nome do diabo.

- Não fala do diabo que ele aparece - Olho para os
lados em forma de tentar fazer a garota pelo menos
sorrir.

E da certo, ela solta uma pequena risada que poderia até ser considerado um deboche.

- Você terminaram? Sinto muito, ela parecia ser uma boa garota - Sei que ela estava mentindo, só que queria pagar de superada, e que não se importava com meu término.

- Sim, uns meses depois de você ter ido embora, tentei falar com você, mas me vi bloqueado de tudo quando era canto, até no tiktok. - Dou uma risada fraca.

- É, você deveria ter resolvido enquanto eu ainda estava aqui, não podia ter feito nada por você.

- Eu sei.

Os adultos pareciam não estar ligando nem um pouco para eu e Helo.

Demos uma pigarreada, eles sorriram como se nada estivesse acontecendo e minha mãe deu a brilhante ideia de irmos embora.

No carro sentamos, eu, tio Lenny e Helo, nessa ordem, na parte de traz, e minha mãe e tia Helena na frente, que não paravam de falar um minuto.

Não conseguia conversar com Helo, já que o tio Lenny estava no meio com seu físico enorme atrapalhando até mesmo minha visão.

- Gente só vou deixar o Jobe no CT, e depois levo vocês pra casa beleza? - Minha mãe fala.

- Relaxa amiga, Jobe está jogando aonde mesmo? - Tia Helena pergunta curiosa, sei que ela sabe onde estou jogando mas quer puxar assunto comigo.

- No Sunderland tia, é um time bom daqui, mas planejo já sair dele pra um clube maior, quem sabe um do big six.

- Isso aí meu garoto, ambição, você é bom no que faz - Tio Mark aperta minha mão com tanta força que quase solto uma arfada.

- Você combina com o jogo do United, apesar da má fase. - Heloísa fala, ela é uma grande fã de futebol, apesar de não parecer, e sempre admirei porque tem coisas que ela sabe mais do que qualquer homem que se diz entendido.

- Acho que combino mais com o Liverpool, pelo estilo de jogo mais calmo no início e avassalador quando precisa - Falo, mas sei que ela está completamente certa e eu nunca vou vencer essa disputa.

- Mas no United você seria melhor aproveitado, digo como meio campo, no Liverpool, Kloop gosta mais de volantes, que não é seu estilo de jogo, então duvido que você seria a contratação ideal.

- O United precisa de um elenco inteiro, não
só de um meio campista qualquer, igual eu.

- Você não é só meio campista mas também goleador, pra mim você poderia até fazer um falso 9,
mas você nunca gostou da ideia - O carro inteiro estava em silêncio ouvindo a discussão de duas crianças sobre aonde eu deveria jogar.

- Tchau filhinho - Nem percebi que ja havíamos
chegado ao CT, a conversa fluía quando estava com a Helo, isso era claro.

- Abre o porta mala, minha bolsa tá lá.

Saio do carro e abro o porta mala, pego minha bolsa de treino e vou em direção a janela do motorista.

- Tchau mãe, até mais, te amo - Digo e minha mãe me dá o típico beijo na testa.

- Tchau tio Lenny, tchau tia Helena, tchau Helo.

- Tchau - Eles dizem em uníssono.

Me viro com um sorriso no rosto e entro no CT, deu tudo certo.

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E aí!

Se vocês tiverem alguma ideia de alguma coisa pra acrescentar a história sou toda ouvidos ok? kkkkkk

Queria fazer um Jobe mais ousado, acho que ele tem que começar a investir mais na Helo.

Acho que ficou confuso essa coisa do horário, mas eles saíram 23:00 e chegaram de manhã, não sei demora tanto assim do Brasil pra Inglaterra mas é sobre isso.

Desculpem qualquer erro de digitação, nem sempre vou revisar os capítulos, tchau 💋

Todo esse tempo | Jobe BellinghamDonde viven las historias. Descúbrelo ahora