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Heloísa ia voltar.

Acordei com minha mãe jogando essa bomba no meu colo, dona Denise ainda falava com a mãe da Helo, e ela disse que estão voltando pra Inglaterra.

Não estou pronto pra isso, sei de tudo que fiz pra ela e não quero ter que ver aqueles olhos me olhando com desprezo.

Ela teria toda a razão pra estar chateada comigo, deixei ela de lado quando mais precisou e a troquei por uma garota que me deu um pé na bunda 3 meses depois.

Tentei ligar, mas ela havia me bloqueado de tudo, parecia que ela não me queria mais na vida dela, e por isso eu nunca mais tentei.

- Filho? Ta tudo bem? - Minha mãe me tira do transe.

- Oi? To bem mãe, só... chocado. - Digo com certo tremor na voz.

- Vocês vão ficar bem, o tempo vai ajustar a relação. -  Ela tenta me acalmar mas talvez não esteja ajudando tanto.

- Vou me arrumar pro treino - Levanto da cama fugindo da conversa melancólica que poderia surgir ali, não queria nem pensar no nome dela.

Entro no banho, estou pensativo.

Tento não pensar nela, não consigo nem por um minuto sequer, nunca consegui.

Desde que ela foi embora, sem avisar nada, sem deixar uma única mensagem, nem uma cartinha. Nunca parei de pensar nela, em nenhum momento, mesmo quando estava com a Amy, Heloísa não saía da minha cabeça.

Falando no diabo.

Comecei a pensar em quanto tempo não via a Helo, entro no instagram do Jude de vez em quando só pra dar uma olhada em como ela tá.

Ela parece bem, vivendo uma vida de cafés e medicina que sempre foi tudo o que ela sonhava.

Me arrependo amargamente de não poder estar com ela nesses momentos, perco as palavras e começo a chorar no banho.

Essa é minha chance de nos reconciliarmos, minha mãe disse que iria buscar eles no aeroporto, essa é minha deixa.

Saio do banho enrolado com a toalha na cintura, me ajeito e desço correndo torcendo pra minha mãe ainda estar em casa.

- Mãe? - Grito com desespero, senão iria ter que me virar pra achar ela no aeroporto sozinho.

- Oi meu bebê - Minha mãe grita de volta da cozinha, está fazendo o sanduíche favorito da Helo.

- Vou pro aeroporto com você. - Falo rápido que minha mãe talvez não tenha conseguido entender.

- Vai pro aeroporto comigo? E o treino? Vai chegar atrasado.

- Não vai ter problema, eles entendem. - Não entendem não, e eu vou tomar uma bronca das grandes, mas vai dar tudo certo.

- Tá bom então, pega as suas coisas e arruma o carro ok? - Minha mãe fala beijando minha testa.

Vou para o carro com a bolsa do treino, levo também os sanduíches e quase ouço a voz da Helo falando o quão bom eles são, e que ela morreria para come-lós todo santo dia.

Dou uma risada fraca, consigo me lembrar claramente de todos os momentos que passamos juntos e ela me fez rir.

Minha mãe aparece no carro.

- Vamos logo que elas já estão chegando - Ela fala animada. - Coloca o cinto - Ela me fuzilou com os olhos.

Dei risada

- Pode deixar chefe.

Liguei na rádio e por coincidência estava tocando nossa música.

Ela que escolheu óbvio, só me apresentou dizendo que aquela seria nossa música pra todo sempre, e disse que daylight significava que íamos ficar juntos até o sol do último dia raiar.

Todo esse tempo | Jobe BellinghamWhere stories live. Discover now