Parte 2

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— Temos que levá-la para a Rainha decidir o que faremos com ela — disse a mais alta com uma postura séria.

— Não! Ela não é nossa prisioneira! Um grande mal virá para o nosso lar e ela pode ser nossa única esperança. Vocês viram o quão alto ela estava quando caiu e não tem sequer um arranhão. Esta guerreira tem dons tão especiais quanto os meus — Diana dizia em um sussurro, sem imaginar que a loira podia ouvir.

Não houve tempo para uma resposta ao que Diana dissera, os céus escureceram e foram tomados por um tom violeta, rapidamente o som de trovões que rasgavam a escuridão, ecoou por todo o lugar e dentre as nuvens, surgiu um ser gigantesco e furioso com a aparência de um demônio. Kara fechou seus punhos com força enquanto as palavras de sua mentora, de um passado não muito distante para si, ecoavam em sua mente: "Levante e lute! Você não é a garota de aço? Deve lutar por mil guerreiras, proteger os inocentes, defender os indefesos! LEVANTE!!" 

— ESTE É O ÚLTIMO PARAÍSO NA TERRA E O SEU FIM COMEÇA AGORA — disse o demônio em uma voz tão alta quanto o som dos trovões, lançando uma flecha de energia da mesma cor violeta em direção a ilha amazona — MORRAM MORTAIS! 

Kara se colocou em frente a flecha, que se desfez em seu peito. A expressão da kryptoniana era de fúria, enquanto seu corpo levitava lentamente à altura da criatura. 

— Eu não sou uma mortal neste tempo! Nada pode me matar! 

— QUEM É VOCÊ — questionou a criatura forte dona de enormes chifres.

— Me chamam de a garota de aço, Supergirl, mas pra você tanto faz.

Supergirl voou rapidamente em direção a aberração e o segurou pelo pescoço, saindo da órbita da Terra e o levando o mais longe possível do lugar que devia proteger. Muitas das coisas que Diana dissera faziam sentido agora, como se ela soubesse de tudo, talvez ela realmente lembrasse de tudo, ainda que viagem no tempo fosse uma coisa desconhecida para Kara, as peças começavam a se encaixar.

— Está vendo, irmã? As catástrofes só acontecem quando alguém de fora se aproxima de nosso lar. Essa é a única regra — o olhar cortante de Nia pareceu punir Diana.

Vendo que estava longe o suficiente, a Supergi soltou o demônio e teve o feito revidado quando sentiu seu pescoço entre os dedos do monstro que agora a segurava. Ela soprou com força, congelando o braço enorme que a mantia presa e em seguida o quebrou com um único golpe. 

— Não sei de que planeta você é, mas é melhor voltar — disparou a kryptoniana entre os dentes.

Os dois caíram como um meteóro de volta na Terra, mas apenas a garota de aço levantou em meio a poeira e fumaça, vendo o céu se abrir novamente e ouvindo as comemorações eufóricas das guerreiras amazona, depois de reações mais contidas, com exceção de Nia.  

— Quem é você — Diana tornou a perguntar enquanto sorria, ela tinha o olhar de alguém feliz e até inocente, muito diferente da postura concentrada da mulher que Kara conhecera 3.500 anos no futuro, além de perguntar exatamente algo para o qual já tinha a resposta.

— Eu sou... Alguém que está de castigo sem sorvete e sem Netflix! Cof cof! Quer dizer, pode me chamar de Kara, apenas Kara. 

— Sei seu nome, mas o que exatamente você é? Também é filha de um deus? 

— Hahahaha... Não! Meus "dons" vem do sol! Pode-se dizer que são um presente que recebi do meu novo lar, o qual pretendo proteger com minha vida, a Terra.

— Kara, devo minha vida a você e a das minhas irmãs amazonas, mas... Elas estão com medo. 

— Ahh... Medo de mim? — perguntou a menina com um sorriso zombeteiro como se não acreditasse no que acabava de ouvir. 

— Eu também teria se fosse apenas uma mortal, além disso, as leis do nosso povo são muito claras a respeito de visitantes.

— Você com medo de mim????  Em outra vida, talvez.

— Não, sinto que posso confiar em você, mas todos que chegaram até Themyscira, trouxeram alguma desgraça, tentaram acabar com nossa paz inúmeras vezes. Presenciei muitas guerras, mas ainda há as que nem pude presenciar de muito tempo atrás. Assim como você recebeu um presente, este lugar é o nosso — a voz da amazona tinha até certo pesar, que fez doer algo no peito da loira.

— Então temos um problema porque não posso deixar esse lugar até saber como voltar para o futuro, já que foi algo relacionado a Themyscira que me trouxe pra cá.

— Desculpe, Kara. Prometo que cuidarei de você enquanto for nossa prisioneira.
 
— Prisioneira?

Supergirl mal acreditava no que acabava de ouvir. Sua moral dizia para não reagir e apenas aceitar as consequências de seus atos, mas a Mulher Maravilha, membro da Liga da Justiça no futuro diria para não recuar, não se render e não se curvar a ninguém. A kryptoniana duvidava muito que conseguiria executar as lições passadas a ela, no entanto.
 

Lições de uma guerreira - Mulher Maravilha e SupergirlWhere stories live. Discover now