Para o Amor e a Fé - JIKOOK [REPOST]

Capítulo 11 - Tu és nédio, um remédio.

- Como foram os últimos quatro meses, Jungkook?

- Bons. Foram bons dias e semanas.

- Que ótimo. Alguma crise nesse período?

- Sim, apenas uma. Mas pelo mais incrível que pareça, não foi uma das piores. E eu tive muitos motivos para.

- E quais seriam eles?

- Eu tenho daqui a um mês, a inauguração da minha primeira franquia nos Estados Unidos, diferente do que seria antes, eu acho que já estaria surtando. Me sinto ansioso apenas, nada fora do normal. Jimin pediu demissão do trabalho para trabalhar com meu irmão, nós discutimos feio. E... nossos porquinhos da índia morreram.

- Oh, seus porquinhos amor e fé? - concordei engolindo seco. - Certo. E como você se sente? Sei que eram muito importantes para vocês.

- Me sinto... - respirei fundo três vezes. - triste e com vontade de chorar, sinto saudades. Mas também me sinto completo. Normalmente quando perdemos algo ou alguém muito importante para nós, é normal sentir algo como desolado e sozinho, né?

- Sim, Jungkook, quando algo muito importante para nós deixa de existir, é como remover uma parte de nós mesmos.

- Mas eu não me sinto assim. Eu me sinto completo. Por mim mesmo e por Jimin. Como se todo esse tempo amor e fé não foram a nossa dependência, como eu achei que era. Eles viveram e de alguma forma nos ensinaram que tudo bem chorar e ter momentos de solidão, mas além de família e amigos nós tínhamos a nós mesmos. O meu próprio eu. Acho que é isso que o amor e a fé faz por alguém.

- Amor e fé são as raridades mais desejadas do mundo, mas ao mesmo tempo está disponível para todos. Porém, esse sentimento tão precioso, não é apreciado por todos. Amor e fé não é para todo mundo. E eu fico feliz em saber que você pensa assim, Jungkook.

- Há quem diga que amor está dentro de nós e que a fé é invisível e não podemos vê - lá. Mas eu toquei o amor e vi nos olhos dele a própria fé.

Jungkook

São em dias chuvosos como o de hoje que fazem as pessoas refletirem.

Alguns pensam no medo, outros na dificuldade financeira, no amor não correspondido, nos filhos que crescem e se vão, no marido bêbado que chega em casa toda noite... e alguns, como Jimin e eu, que pensam na aflição.

Eu sinto como se arrancassem uma parte de mim, onde fica armazenado os sentimentos bons, onde ficam as boas lembranças, o conforto e a paz. Como se tivessem tirado de mim a única coisa que me fazia acreditar, que me fazia ter amor e fé.

A dor é tão grande que me sufoca de dentro para fora, tranca todas as minhas vias respiratórias e embaça a minha visão.

Eu dizia todos os dias que estava pronto para perdê-la, mas está doendo mais do que eu imaginei.

Quando cheguei na casa da minha mãe e vi a cena da minha porquinha falecida foi como grande peso se pousasse sobre mim, como se o fardo daqui para frente fosse pesado demais.

Dizem que algumas coisas na vida acontecessem por um propósito e naquele momento, enquanto eu estava de joelhos, chorando, me perguntei diversas vezes qual era o meu propósito, o motivo para que tudo acontecesse da forma como aconteceu.

Perguntei também se era verdade, se eu não estava alucinando ou tendo visões.

Perder alguém ou algo extremamente importante é como se afundar no mais profundo oceano de desalento, melancolia e infelicidade.