Capítulo 3 - Para você, que me viu maior do que o meu pequeno eu.

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Sua voz está tão calma que eu sinto uma forte onda de calor dentro de mim, me aquecendo lentamente.

- Você consegue me olhar?

Aceno e então abro meus olhos devagar e olho para ele.

- Se concentra em mim, Neném. Respire pelo nariz e solte pela boca. - Sigo sua instrução.

Ele é tão bonito. Céus, ele é realmente lindo. Eu não queria que ele me visse assim. Ele não merece me ver assim. Fecho os olhos novamente.

- Neném, olhe pra mim. Se concentra em mim. - sinto seus dedos gordinhos e pequenos saírem dos meus pulsos e seguirem até meus olhos tocando por cima da pálpebra suavemente. - Continue respirando com calma, logo logo irá passar. Tudo passa, neném. E eu estou aqui com você, está bem? Não irei embora.

- Eu não quero que você vá...

- Eu não vou, Jeongguk.

O som do seu sorriso me desmonta inteiro e a forma como ele pronuncia meu nome carinhosamente mexe comigo. Alguns longos minutos se passaram e eu tiro minhas mãos da nuca e as repouso em cima das minhas pernas, Jimin está curvado ainda tocando a lateral dos meus olhos esperando pacientemente que eu os abra.

- Está melhor?

- Um pouco. - Abro meus olhos e vejo ele tão perto que pude descobrir que Jimin tem pequenas sardinhas pontilhadas em seu nariz e bochechas.

- Me fale três coisas que você vê.

- O seu nariz... - Inspiro e expiro.
- e sua bochecha - faço tudo novamente. - e... e... e a sua boca.

- Huh. Está olhando demais para mim, Neném. Eu tenho vergonha, você sabe. - ele sorri e antes de se afastar toca levemente meu rosto deixando um carinho.

Ele se afasta e sinto meu corpo gelado novamente.

- Me desculpe por isso... eu não estou em um dia bom. Obrigado por me ajudar, Jimin.

Levanto-me e sinto-me fraco, minha cabeça gira e me apoio na mesa para me equilibrar antes de caminhar até o banheiro para lavar o rosto. Em seguida seco-o e arrumo meu cabelo da melhor forma possível e retorno para a minha mesa.

- A recepcionista disse que você não almoçou hoje, quer sair para almoçar ou quer pedir algo aqui?

- Ah, é... eu meio que estou sem fome.

- Que pena, porque eu fiz o pedido e comer sem fome é horrível.

Sem poder pestanejar por estar cansado demais, apenas começo a organizar as coisas agora mais calmamente.

- Quer falar sobre o que aconteceu? - Jimin pergunta caminhando até mim, ficando ao meu lado e me observando.

- Não. Eu estou melhor, foi só uma crise. Obrigado novamente.

- Não precisa agradecer não. - sorri.

Meu telefone toca e rapidamente Jimin se prontifica de atender.

Atrevido.

- Certo. Pode pedir para entregar. - Fala e por fim desliga.

- Jimin o que eu disse sobre nã- - Eu começo a dizer.

- Eu sei, desculpe. Foi mais forte do que eu. - sorri novamente. - Nosso almoço já está chegando!

Jimin estava diferente hoje, sorrindo demais. Mas não era um sorriso de felicidade, era de outra coisa que eu não sabia identificar. Apenas sei que aqueles sorrisos eram todos... vazios?

[...]

As horas se passaram e a tarde foi mais tranquila, descobri o quanto Jimin é tagarela quando se trata de trabalho. Ele está empolgado e se esforçando bastante, embora suas atribuições sejam poucas. Ele leu alguns contratos como eu pedi no dia anterior, e usou as últimas horas do dia para estudar e fazer um trabalho da faculdade. Já no final do expediente eu arrumei toda a minha mesa, peguei meus pertences e olhei para Jimin que estava na porta quietinho me olhando.

Para o Amor e a Fé - JIKOOK [REPOST]Where stories live. Discover now