Capítulo 1 - Quando seu coração te subestimar.

Start from the beginning
                                    

Foram anos difíceis e duros, Jungkook desenvolveu bem o seu TEA, porém ainda tinha suas crises, inseguranças e medos. Nunca deixou de fazer o tratamento com seu terapeuta Yoongi, que acabou se tornando um amigo e tanto para ele.

E bom, além da terapia que o ajudava em quase 90% de seu transtorno, ele tinha a Fé. Sua porquinha da índia que ainda estava viva, claro, sem quase conseguir andar e com a visão ruim. Ela ainda vivia e nunca deixava de lhe acorrer.

— Espera aí. — Taehyung parou o irmão, tocando em seus ombros a sua frente, barrando a sua saída.

— Não me toque, hyung. Por favor. — Pediu e deu alguns passos, se afastando de seu irmão.

— Jungkook, você... — franziu as sobrancelhas e deixou um riso escapar dos lábios. Cruzou os braços e ficou olhando para o rosto inexpressivo do irmão. — Você está indo ver os porquinhos da índia, quer dizer você está indo encontrar o Jimin.

Jungkook sentiu a pele arrepiar só de ouvir o nome dele. Céus, Jimin... Sentiu as sensações novamente, as mesmas que o acompanhavam há 15 anos. Ele sentiu seu estômago revirar e jurou que aquele médico louco estava mentindo quando disse que o moreno não tinha nada de grave no estômago, muito pelo contrário, com a sua alimentação saudável seu estômago estava longe de estar doente. O médico havia lhe dito que essas sensações poderiam ser de outros efeitos. Efeitos esses que Jungkook não entendia ou talvez não quisesse entender. 

— Eu estou indo levar meu porquinho da índia para... Na verdade, Hyung eu não te devo explicações!

— Uau! Certo, certo. — Taehyung abaixou a cabeça apenas concordando com um sorriso no rosto — Huh, eu poderia ir com você? Quero mesmo rever Jimin. Ele é tão lindo. E você sabe que eu tenho uma queda grande por ele né, isso não é segredo para ninguém.

— Jimin não é lindo. Quer dizer, ele é, mas... — Jungkook tocou em seus cabelos na nuca e puxou-os de leve para descontar o nervosismo. — Só que você não pode ficar falando essas coisas, hyung. Entendeu? E não, você não vai comigo.

— Tudo bem, Jungkook. Não é como se você fosse deixar mesmo. Bom, feliz aniversário. — Taehyung abriu os braços e deu passos largos até o irmão agarrando-o, ele o apertou e o soltou.

Jungkook se tremelicou todo e passou as mãos pelas mangas do terno preto, como se tentasse tirar o abraço que lhe foi dado. Puxou novamente os fios de cabelo em sua nuca até doer.

Céus, Taehyung... Jungkook não o odiava, mas também não o amava.
Na verdade, era um misto dos dois sentimentos.

Quando tinha 11 anos, sua mãe havia decidido adotar Taehyung. Um garoto que era filho de sua melhor amiga desde a infância que acabou morrendo em um acidente grave na estrada. Tae estava com a sua mãe enquanto voltavam de um passeio na cidade de Busan, seu pai havia falecido ainda jovem de um problema de saúde e então como filho único, o que lhe restou foi a família de Jungkook que lhe acolheu tão bem quanto sua mãe o acolhia.

Taehyung tinha 12 anos na época e sua convivência com a nova família foi fácil, ele sempre foi um rapaz responsável e precisou amadurecer rápido. Durante a adolescência ele teve muitos atritos com Jungkook, pois não entendia que seu irmão precisava de atenção e cuidados a mais, não entendia o porquê de Jungkook ser tão recluso e nunca ter brincado com ele.

Por ver sua família adotiva tão afetuosa com Jeon, Taehyung criou um certo conflito dentro de si como se estivesse atrapalhando. Tudo piorou quando aos 17 anos, Jungkook teve uma crise, talvez a pior que ele havia presenciado durante todo o tempo em que conviveram juntos. E o pior é que ele havia sido o causador da crise. Tae havia entrado no quarto do irmão e mexido no cercadinho onde ficava a fé, sua porquinha da índia que tinha acabado de dar cria, tocou nela e além dela tocou nos recentes filhotes que nem pelugem tinham ainda. Curioso pegou um filhotinho na mão, mas acabou derrubando no chão por puro descuido o que causou a morte de um filhote. Céus, só de pensar nesse dia seu corpo todo se arrepiava de arrependimento por ter mexido onde não devia.

Para o Amor e a Fé - JIKOOK [REPOST]Where stories live. Discover now