Anjo da morte - Vendaval

2 0 0
                                    

21 de abril de 2021

O resto da viagem havia sido um verdadeiro silêncio. Pedro mal conseguia olhar para sua avó se é que ainda seria apropriado a chamar assim. Iago ia ao seu lado, conversando com seus pais pelo celular, após voltarem a ter sinal, ele havia explicado de uma maneira bem simplificada o que tinha ocorrido e com simplificada, ele tinha mentido e os pais aceitaram bem a explicação pelo visto. 

— Meninos se arrumem, já estamos chegando.

Diz Geralda se levantando, enquanto o ônibus entra no terminal e os garotos fazem o mesmo, pegando suas coisas nos bagageiros em cima das poltronas. Quando o ônibus para e abrem a porta, todos começam a descer do veiculo e assim que Pedro desce com sua avó e Iago, um homem com mais de um e oitenta de altura e músculos definidos se aproxima.

— Pedro, estou certo? Sou Dominique, você me conhece como Sombrio, essa deve ser sua avó e esse seu amigo, certo? 

Pedro encara o  homem em sua frente e acena com a cabeça concordando, mas logo sua atenção volta para os homens com o uniforme da Prósperafarma.

— Não se preocupe, eles não estão nos vendo agora, mas precisamos sair logo, não queremos arranjar problemas.

Dominique aponta para Cobi que anda atrás deles com seus olhos vermelho amostra e Iago e Pedro se entreolham.

— Irado!

Cobi sorri para os garotos e todos começam a andar para fora do terminal e tudo ia muito bem, até que um ar gélido toma conta do lugar e entre as colunas do terminal era possível ver um vulto cinza passando por eles. O grupo se junta e Pedro olha para Sombrio e Cobi.

— Okay, isso é novo para mim, algum amigo de vocês?

— Não meu, fiquem atentos.

Responde Sombrio, mas já era tarde demais, a figura misteriosa para de frente para eles. A criatura tinha cabelos escuros feito petróleo, extremamente desnutrido e nas órbitas de seus olhos, havia apenas uma grande escuridão e sua pele era de um cinza praticamente transparente, fazendo Pedro duvidar se ao menos aquilo era de carne e osso.
O ser abre a sua boca de maneira inumana e emite um alto grito agudo que deixa os ouvidos de Pedro e pelo visto de todos os outros zumbirem, fazendo eles os taparem.

— Ei, eles estão ali!

Grita um dos homens de branco e Pedro percebe que o grito da criatura de alguma maneira havia atingido seja lá o que o rapaz com jaqueta de couro e olhos vermelhos estava fazendo.

— Merda, eles nos viram.

Diz Iago e Pedro toma a frente do amigo e Geralda na intenção de os proteger e Dominique se junta a ele, enquanto Cobi retira o seu colar do pescoço que se transforma em uma grande lança preta de duas pontas e ele vai em direção a criatura horrenda.

— Esse é o meu departamento galera, cuidem do resto, enquanto lido com o feioso.

Cobi vai para cima da criatura, travando uma luta com ela e Dominique retira sua arma da cintura, apontando para os caras de branco que também se aproximavam com armas em mãos, Pedro respira fundo e se prepara para o embate.

— Iago procura um lugar seguro para se esconder com a minha avó.

O garoto acena com a cabeça e sai correndo em direção ao que parecia ser um banheiro rodoviário, puxando Geralda pelo pulso.

Pedro se concentra e uma ventania o envolve e com um movimento de braço ele faz uma rajada de ar atingir alguns caras que são lançados contra uma parede, nisso os outros começam a atirar na direção dele e do Dominique que puxa Pedro para trás de uma meia parede e atira em resposta ao ataque, atingindo dois dos soldados da farmacêutica.

Clube da Meia Noite Where stories live. Discover now