Lições de mãe - Fúria

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19 de abril de 2021

Quatro dias haviam se passado desde o reencontro com sua mãe. De longe aquele não foi o momento que ela esperava ter com a mais velha, saber que ela estava envolvida com aquilo tudo e estava por ali, vigiando cada passo seu, era assustador.

No último dia Amanda tinha conversado com seu pai por chamada de vídeo e disse que estava apenas visitando alguns pontos turísticos da cidade, enquanto esperava pelo dia do encontro. Acabou deixando de fora toda a parte envolvendo sua mãe, pois se ele soubesse iria para São Paulo imediatamente e não queria que ele se envolvesse também.

O grande relógio de ponteiro na parede do apartamento, marcava quatorze horas e pela janela podia ver que o dia lá fora estava nublado com uma leve garoa.

Amanda não aguentava mais esperar, ficar ali parada, pois se ela quisesse se encontrar com Sombrio, ela teria que dar um jeito em sua mãe primeiro e foi então que ela recebe a ligação de um número desconhecido e atende.

– Alô?

— Por favor a Amanda?

Uma voz de mulher fala ao outro lado da linha e Amanda estranha a ligação, já imaginando ser alguém vendendo planos de operadoras ou seguro de vida.

— É ela. Quem gostaria?

— Sou Renata, daquele clube que você se inscreveu recentemente e gostaria de saber onde você está e se possível marcarmos uma reunião para discutirmos alguns tópicos?

A jovem acena com a cabeça, entendendo do que se tratava e logo responde.

— Oi, já estou aqui em São Paulo. Podemos marcar sim. Que horas e onde posso te encontrar? 

— Me passa o seu endereço e estarei aí na frente por volta das quinze horas, tudo bem?

Amanda passa o endereço do hotel para a mulher e desliga o celular para se arrumar, colocando seu traje de Fúria. Óbvio que sua mãe deveria estar vigiando ela de alguma maneira e a garota não poderia simplesmente sair pela porta da frente do prédio sem ser notada, então ela se concentra e respira fundo, ficando completamente invisível e se torna intangível para atravessar a porta do apartamento. Já no corredor do sexto andar, ela olha para a câmera de segurança e sorri, sabendo que quem estivesse acompanhando não a veria passar por ali e para chamar menos atenção, ela evita usar o elevador e atravessa a porta das escadas usando as mesmas.

Quando chega no saguão, Amanda olha ao seu redor e estranha ele está vazio com apenas dois seguranças na entrada, usando óculos escuros, então ela dá de ombros e anda em direção a saída, mas logo para ao escutar a voz de Ana.

— Indo para algum lugar minha filha?

A garota olha para trás e vê sua mãe, vestida toda de preto e também utilizando um óculos escuro, então Fúria volta a ficar visível e encara sua mãe.

— Como você...

— As câmeras e os óculos tem visão de calor, você não achou que seria tão fácil sair assim, né? Deixe me lhe ensinar umas lições...

Ana retira duas adagas de seu cinto e atira uma em direção a Amanda que se torna intangível bem a tempo da adaga passar por ela e se chocar contra uma parede.

— Número um: Sempre pense em todos os cenários possíveis...

A mulher se aproxima de Fúria, tentando deferir golpes contra a mesma, mas em vão pois ela se torna intangível, apenas recuando para trás.

— Número dois: Sempre conheça seu inimigo.

Sem perceber os seguranças se aproximam por trás de Amanda e usando suas armas de choque atingem ela, fazendo a garota gritar de dor e se tornar tangível outra vez, então eles a seguram e Ana se aproxima da menina, apontando a faca bem para o seu rosto.

— Número três: Sempre trabalhe em grupo, sua tola.

Fúria olha na cara de Ana e aos poucos começa a gargalhar da situação e sua mãe a olha intrigada pela reação da filha.

— Tola é você que achou que isso seria o suficiente para me deter.

Aproveitando que os seguranças a seguravam pelos braços. A jovem heroína pega impulso neles para dar chute com a ponta dos pés no queixo da mãe a fazendo bater os dentes e derrubar os seus óculos, então volta a sua posição inicial, onde dá uma cotovelada na barriga de um dos seguranças e chuta a virilha do outro se livrando de vez deles, aproveitando para tirar os óculos deles também e os quebrar.

— Aqui vai a lição número quatro para você mãe: Sempre saiba tirar proveito da situação.

Ao dizer isso, Fúria se torna invisível novamente e saí do prédio, como se combinado uma mulher alta e loira aparece estacionando um carro na frente da calçada e voltando a ficar visível Amanda entra no carro pelo banco de trás.

— Renata, certo? Acelera esse carro, antes que a psicopata da minha mãe venha atrás da gente.

Renata dá um sorriso para a garota e saí acelerando com o carro, como se fosse uma piloto de fuga profissional.

— Onde você aprendeu a dirigir assim?

Pergunta Amanda intrigada.

— No exército, agora coloca o cinto garota.

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