Capítulo 2

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Notas iniciais: Boa leitura!

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Há mais de três séculos o primeiro antepassado Alpha dos Nara foi salvo da morte por um membro real do clã Hyuuga ao chegar em Satis. Esse parente distante fez um pacto com o rei daquelas terras: prometeu que todos os seus descendentes, em especial os nascidos na casta a qual ele pertencia, zelariam pela segurança do governante e de toda sua progênie, até o fim dos tempos. Nascia assim o primeiro hachiko do Egito...

— Papai falta muito?

Shikaku sorriu diante da impaciência do filho. O líder dos hachikos e braço direito do rei Hizashi não podia esperar que um shifter de apenas cinco anos pudesse absorver toda a magnitude contida na história que acabara de ouvir. Shikamaru estava ansioso demais para iniciar seu dia, escutar uma lenda repassada há séculos por seus ancestrais não mudaria isso.

— Espere só mais um instante meu filho... — Shikaku abotoou o último botão da farda de gala do pequeno Alpha. Seu menino estava uma graça, todavia não fazia a menor ideia da grande responsabilidade que estava prestes a assumir daquele dia em diante. — Pronto, rapazinho.

Ao olhar para si, Shikamaru arregalou os olhos de puro encanto. Sua farda era igual a do seu pai!

— Agora sim! Meu pequeno Alpha é o hachiko mais bonito de toda Satis.

— O mais bonito?

— Sim, o mais bonito!

‒ Meu Ômega irá gostar de mim?

Pela primeira vez desde que acatou a ordem do rei Hyuuga, que consistia em preparar seu filho unigênito para ser o Hachiko do herdeiro real de Satis, o general sentiu algo diferente de orgulho em relação a seu pequeno Alpha. A forma como Shikamaru referiu-se a Neji, o preocupou. Não que existisse qualquer teor de maldade contido naquelas inocentes palavras, pelo contrário, a naturalidade com a qual a frase foi proferida que lhe fez acender o alerta. Abençoados por Hathor, a deusa do amor, da beleza, alegria e fecundidade, nascer um Ômega numa das famílias reais, era um sinal auspicioso. Um motivo de grande celebração para o povo, em especial em um clã como o Hyuuga, que há mais de trinta anos não tinha um shifter desta casta como descendente direto da família principal. Certamente Hizashi teria muitos planos para seu rebento no futuro, e estes deveriam incluir um casamento centrado na realeza, não com um reles plebeu, por mais honrado que este fosse.

‒ Sim, ele irá gostar muito de você. — Shikaku ergueu-se da cama e segurou a canhota do filhote. Desde que Hyuuga Neji nasceu, Shikamaru estava sendo preparado para ser seu hachiko pessoal. Uma responsabilidade que ele jamais confiaria a outro shifter que não fosse seu garoto. — Hora de irmos, guardião do príncipe. É hora de conhecer seu pequeno Ômega...

Aquela lembrança que invadia sua mente lhe enchia de forças, ainda mais por estar naquela masmorra imunda, era mais que bem-vinda! Shikamaru jamais esqueceria a primeira vez que viu Neji. Ele era o shifter mais perfeito que o Alpha já tinha visto em toda Satis. O Hachiko podia passar horas admirando-o que jamais cansaria. Os anos se seguiram e sua admiração pelo príncipe do Norte só fez crescer e amadurecer, até o dia em que Shikamaru compreendeu que o que sentia não poderia ser reduzido a simples apreço, no entanto, sempre soube seu lugar e manteve em segredo o que sentia, até o dia em que Neji disse que o sentimento que havia em seu coração era recíproco.

— Não pensei que receberia sua visita num dia tão importante como este. — Embora lhe doesse a face, devido aos ferimentos em seu rosto, ao sentir uma forte presença do lado de fora da cela onde se encontrava, Shikamaru abriu os olhos e sorriu sarcástico. — Afinal é o segundo dia de festejos do seu enlace.

O Avivamento de Satis.Where stories live. Discover now