Epílogo

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—Mais alto, mamãe, mais alto!

Anastasia soltou mais corda, e a corneta cabeceou e ganhou altura no céu salpicado de nuvens,com sua grande penetra verde de seda revoando no forte vento. Lisa trotava junto a ela, gritando de felicidade. Sem saber como, as saias lhes enredaram nas pernas e as duas caíram ao chão, rindo como loucas. Lisa ficou em pé automaticamente, recolheu o cilindro de corda e seguiu correndo, com os cachos castanhos ondeando ao vento. Anastasia ficou no chão, tendida de barriga para cima.

Sorrindo, relaxou-se na fofa grama enquanto o sol lhe dava totalmente na cara.

—Anastasia. —A ansiedade que percebeu na voz de seu marido a arrancou de seu sono. Rodou sobre o flanco e lhe sorriu interrogante. Christian vinha para ela da casa, andando a grandes pernadas e com aspecto de estar preocupado.

—Estava olhando pela janela da biblioteca —murmurou Anastasia, lhe indicando com o dedo que se sentasse junto a ela no chão.

—Vi como caíram —disse Christian com brutalidade, agachando-se junto a ela. —Está bem?

Anastasia se tendeu de espaldas sem lhe importar que a erva pudesse manchá-la, sabendo que parecia mais ser uma camponesa que a grande dama para o que a tinham educado.

—Te aproxime mais e lhe demonstrarei —disse ela com voz escura.

Ele riu a contra gosto enquanto a percorria com o olhar, vendo-a tombada naquela postura tão abandonada, com as saias levantadas por cima dos tornozelos, talheres por meias brancas. Anastasia ficou quieta enquanto ele a observava, esperando que suas reticências para ela tivessem começado a minguar. Depois de seis semanas de recuperação, Anastasia tinha recuperado a saúde por completo. Voltava a ter as bochechas rosadas e transbordava vitalidade, e inclusive estava um pouco cheia.

Sabia que jamais tinha tido melhor aspecto nem se havia sentido melhor, e junto com a saúde tinha recuperado seu desejo natural de estar fisicamente com seu marido.

Ironicamente, a recuperação de Christian tinha sido algo mais lenta que a dela. Embora estivesse tão afetuoso e brincalhão como sempre, tratava-a com um comedimento exagerado e a tocava com um cuidado desnecessário, como se pudesse lhe fazer dano involuntariamente. Embora tinha recuperado parte do peso que tinha perdido, ainda estava um pouco magro, muito alerta e tenso, como se estivesse aguardando a que algum inimigo invisível se equilibrasse sobre ele.

Christian não lhe tinha feito o amor desde que tinha caído doente. Não havia dúvida de que a desejava, e depois de dois meses de abstinência, um homem com sua potência sexual devia estar sofrendo muitíssimo. Não obstante, ele tinha rechaçado os recentes avanços de Anastasia com suavidade e tato, lhe prometendo que voltariam a estar juntos quando ela se encontrasse melhor. Obviamente a opinião que Christian tinha sobre a saúde de Anastasia era muito distinta da que tinha ela, e inclusive o doutor Linley. O médico tinha informado a Anastasia com muito tato de que podia retomar a atividade conjugal normal assim que se sentisse capaz. Não obstante, Anastasia não conseguia convencer Christian de que sua saúde já não era um obstáculo para recebê-lo em sua cama.

Desejando que Christian perdesse novamente controle em seus braços, Anastasia o olhou provocativamente.

—Me beije —murmurou. —Aqui não há ninguém além de Lisa.., e a ela seguro que o dá no mesmo.

Christian vacilou e se inclinou sobre ela, roçando-a brandamente com a boca. Rodeou-lhe o pescoço com um braço, lhe tocando os músculos, que estavam duros como o aço. Atraindo-o para si, roçou-lhe os lábios com a língua, mas ele não a seguiu. Tomou brandamente o pulso e lhe apartei a mão do pescoço.

Onde começa os sonhos Where stories live. Discover now