CAPÍTULO 19 - TIMBERLAKE?

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MOLLY

Adentrei a sala do meu pai sem ser anunciada e ele logo me encarou do outro lado do cômodo, bem atrás de sua mesa. Ele estava em uma ligação então apenas dei de ombros e me joguei em um sofá que tinha ali. Eu vi o olhar meio torto que ele me lançou, mas como eu não fiz nenhum escândalo e respeitei o momento que ele fazia o trabalho dele, meu pai apenas deixou para lá o fato de eu ter entrado de repente em sua sala até encerrar aquela chamada.

— O que foi dessa vez? — ele questionou assim que colocou o telefone em cima da mesa, finalizando a ligação com um de seus clientes.

Eu não fiz muita questão de responder àquela pergunta, e alcancei um violão que estava encostado ao lado do sofá onde eu estava. A sala dele era bastante organizada, mas meu pai sempre deixava algum instrumento por perto.

— Não estou a fim de falar. — disse enquanto comecei a dedilhar as cordas. Meu pai me conhecia e sabia quando eu apenas precisava de espaço, então ele apenas ergueu os ombros.

— Seu amigo está aí. — ele falou depois de um tempo e eu logo o encarei com expectativa.

— Timberlake?

— O próprio, a essa hora já deve estar gravando.

Legal! Então estava vindo álbum novo por aí. Já estava doida para ouvir, as músicas dele sempre são simplesmente incríveis.

— Então quando ele terminar, eu vou lá bater um papo com ele. — meu pai levantou o olhar dos papéis e me encarou com uma sobrancelha levantada. Mas as conversas com Justin Timberlake eram sempre as melhores, eu adorava conversar com ele. Demorávamos a nos ver, mas toda vez que isso acontecia, parecíamos amigos de longa data. E papai não ficava realmente chateado que eu ficasse conversando com os clientes, até porque Timberlake diversas vezes já tinha lhe falado que também adorava conversar comigo.

— Sabe quem eu vi perambulando pela gravadora? — eu perguntei ao papai, mudando de assunto. — O Patrick.

— O irmão da Pearlyn? — papai perguntou surpreso.

— O próprio. — o imitei, deixando o violão de lado. Fui até a sua mesa e comecei a mexer nas coisas que estavam espalhadas por ela. Eu sabia que com isso papai me expulsaria daqui a qualquer momento, ele ficava agoniado toda vez que alguém mexia em suas coisas. — O que ele está fazendo por aqui?

— Eu não faço ideia. — ele respondeu, mas seu olhar seguia o movimento das minhas mãos, ele nem conseguia mais se concentrar no que estava fazendo.

— Deve estar atrás do Justin. — comentei por alto. — O sobrinho. — Acrescentei logo em seguida. — Vi ele com o Brian em uma das salas de gravação. — papai suspirou. Ele sabia que esses garotos só aprontavam. Brian quando mais novo já estragou vários equipamentos com essa mania de querer dar um de que sabe mexer em tudo, e papai ficava uma fera. Mas até que agora isso não tem acontecido com frequência, parece que ele finalmente aprendeu a usar o estúdio de gravação sem danificar nada.

Eu já estava esperando algum comentário de insatisfação do meu pai, mas aí entraram na sala e acabamos nos perdendo sobre essa conversa.

— Senhor Sparks, tem uma ligação importante na linha 5. É o diretor executivo da Chronos. — vi a expressão no rosto do meu pai ficar dez vezes mais frustrada. Esse com certeza era um dos clientes chatos.

Sabe, às vezes eu parava muito para comparar as coisas, como nesse caso, o temperamento do meu pai. O tio Lewis é sócio do papai aqui na gravadora, mas ele é tão calmo que resolve todos os problemas sem nem se estressar, já o meu pai não, ele fica de cabelo em pé com todos esses clientes que fazem parte da categoria 'insuportável'.

Segredos Da EliteWhere stories live. Discover now