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Bakugou Katsuki - F*CK IT

Se meus atos não tivessem consequência, eu teria matado Sero naquela festa. No momento em que abri a porta e percebi o que estava acontecendo, eu definitivamente teria pulado em cima dele e estrangulado ele.

Arrastar um Todoroki bêbado e chapado não foi uma tarefa nada fácil. Ele ficava ainda mais mole, parecia até pesado. Murmurava coisas nada a ver e mal se mantinha consciente.

-Bakugou, ei. Ah mano, vamos conversar. —Sero tentou me barrar nos degraus do lado de fora do dormitório.

-A gente conversa amanhã, quando ele estiver sóbrio e eu não quiser mais matar você.

Em algum momento entre um dormitório e outro eu desisti de tropeçar a cada quatro passos e passei Todoroki nas minhas costas, em um cavalinho desajeitado.

Em filmes, é comum que alguém enfie a pessoa bêbada no chuveiro e ela melhora no mesmo minuto.
Mas primeiro de tudo, eu não vou tirar a roupa dele.
Segundo, ele tá alto demais pra ficar bem com uma chuveirada e conversar comigo tomando uma xícara quente de café enquanto seca o cabelo.

Olhei ao redor... o que eu posso fazer?

Abri a torneira da pia e deixei a água correndo por bons segundos.
Arrastei, literalmente, Todoroki até a pia e enfiei sua cabeça na água.
Ele demorou três segundos pra começar a se debater.
Fiz isso mais algumas vezes até ele respirar como um ser humano que está em sã consciência.

Levei ele até o quarto. Onde abri seu armário e vi uma imensidão de roupas, a maioria com flores neutras e então peguei a primeira que eu achei.

-Meio a meio, tá com frio? —Virei a cabeça na direção dele. Sem resposta verbal, mas, bom, seu corpo tremelicava.
Puxei um moletom branco e uma bermuda. Não achei nem uma calça se quer.
Será que ele tem calças?
Pedi que ele se vestisse enquanto esperei do lado de fora.

Cinco minutos depois quando abri a porta, ele estava tentando passar o braço na manga da blusa.
Céus.

Vesti ele como uma criança.
Coloquei a bermuda bem em frente aos olhos dele.

-Isso aqui você sabe fazer né? —Ele concordou com os olhos quase fechados. -Eu vou ali pra fora e voltar em dois minutos. Se essa bermuda não estiver no devido lugar, eu vou bater a sua cabeça na parede até você ficar sóbrio.

Dados os 120 segundos, eu entrei no quarto.
O lado bom é que ele estava de bermuda, o lado ruim é que desmaiou. Sei que não morreu porque eu sentia seu pulso.

Não me atrevi a fazer mais que jogar uma coberta por cima dele.

Peguei um saco de dormir e coloquei no pé da cama dele. Provavelmente acordaria antes que ele mas não queria correr o risco de ser vomitado de madrugada.
Deixei um balde por perto, além de lenços e remédio pra dor de cabeça.

Dormi perto das três da manhã e acordei as sete e meia.
Shoto ainda dormia. Estava de boca aberta, dormindo de lado e parecendo muito confortável. Não tinha febre e o rosto estava corado, apesar da boca aparentar seca.

Sai do quarto e desci até a cozinha. Sabia que ninguém estaria acordado. Não pretendia fazer mais que buscar um copo d'água e voltar.
Mas dei de cara com Sero na cozinha.

-Bakugou! Graças a Deus. Eu mal dormi essa noite de tanta preocupação. —A baba seca e a ramela nos olhos dizem outra coisa. -Shoto está bem?

-Apesar de você ter dado bebida e maconha pra ele, sim.

-Agora eu posso me explicar sem você querer arrancar meu couro?

-Não. —Sai da cozinha com o copo de água na mão.

hello, welcome home (todobaku - bakutodo) Onde as histórias ganham vida. Descobre agora