14.

236 35 24
                                    

Todoroki Shoto - stalling only goes so far when you've got a head start

Nosso primeiro dia de trabalho voluntário não foi lá dos melhores, mas as crianças me deram desenhos.
Dois, especificamente.

Um era eu, apenas eu. E outro tinha eu e Bakugou. Com um sol, logo acima da nossa cabeça e vários corações e estrelas.
Uma letra torta escrito "heróis são legais"

Foi quando Midoriya abriu a porta.

-Todoroki-kun? —Ele colocou a cabeça pra dentro. -Está ocupado?

-Não, pode entrar.

Ele entrou, puxou a cadeira da escrivaninha e se sentou, ao contrário, deixando os cotovelos apoiados no encosto.

-O que estava olhando? —Ele perguntou, assoprando uma xícara de chá.

-Um desenho que uma criança fez.

-Shoto... —Ele nunca me chama de Shoto. -Eu queria falar com você...

Endireitei a coluna, com medo do que ele falaria.

-Eu sei que a gente se afastou um pouco... principalmente no começo do ano. E a agora estamos conversando de novo, mas parece que é só pra resolver problema um do outro.

Isso era bizarro.
Mentalmente, eu repetia que ele não fizesse o que parecia que ia fazer.
Quer dizer, não é como se fosse novidade.
Eu mesmo percebi que no começo do ano, estava muito mais próximo do grupo de amigos do Bakugou, mas depois do incidente com Sero, eu não quis mais e acabei me aproximando de Midoriya. Talvez como uma desculpa pra contar meus problemas pra ele.
Mas isso não importa agora, porque qualquer coisa que tenha se passado pela minha cabeça nesse tempo, está caindo por terra.

-Olha, Shoto... eu não quero deixar de ser seu amigo. Bem longe disso. Agora que iremos trabalhar juntos eu acho que devemos ser mais amigos que nunca.  —De repente, sua voz parecia alegre. Um pouco forçada, mas alegre.

-É verdade. —Concordei, com um sorriso falso.

-Que ótimo, Shoto. Espero que continue me contando coisas do seu dia a dia, não quero ser a pessoa que você quer apenas dizer seus problemas.

Ele se levantou. Colocou a cadeira no lugar. Saiu do quarto.

Eu me deitei logo em seguida.
Mas o que foi isso?!
A única que sei, é que com "dizer" a palavra correta seria "jogar".
Haha, que engraçado. A pessoa que menos fala na sala, menos expressiva joga seus problemas em cima do único amigo que tem.

Quando acordei de manhã, percebi como a noite de sono foi horrível.

-Bom dia, Shoto! —Denki bebia uma xícara de achocolatado e me cumprimentou com um sorriso. -Dormiu bem?

-Não, nem um pouco. Mas bom dia. —Sorri forçado.

Passei o resto do dia alheio as coisas, Midoriya até mesmo tentou conversar comigo, mas eu me afastei.
Fiquei até tarde limpando e arrumando a sala de aula, como Aizawa pediu.
Tentei me mostrar produtivo pra Bakugou e levei o uniforme dele dobrado até o vestiário. Mas, bom... era de se esperar que ele tomasse da minha mão e amassasse o tecido.
Não sei porque me dei o trabalho.

Quando sai do dormitório, nove e meia da noite, suspirei; já estava sentindo a exaustão... era aquela sensação de meses atrás, quando sentia alguém me observando e céus, eu havia esquecido como a sensação é horrível.

Bakugou teimou em ir até áreas afastadas do centro da cidade, o que não foi tão ruim... se a gente não tivesse encontrado pessoas armadas!!!
Eu diria que foi quase milagre não sermos vistos ou enfrentado eles.
Depois disso, voltamos. Eu estava estranho.
Tinha muita coisa misturada dentro de mim e nenhuma era boa.
Acho que Bakugou percebeu. Ele até mesmo pediu um táxi pra nós.

hello, welcome home (todobaku - bakutodo) Where stories live. Discover now