hello, welcome home (todobaku - bakutodo)

04.

Todoroki Shoto - let's clear things out

Aceitar a segunda proposta parecia maluquice. Amizade colorida? Não, nem pensar. Mas deixar que ele só siga a vida? Também não parece certo.

-Shoto, não deixa mais complicado... eu não tô falando que te amo, to só falando que a gente se beijou uma vez, eu achei bom e quero repetir, mas de forma casual, entende?

Como eu dizia a Midoriya alguns dias antes: se for pra se machucar, antes eu do que ele.
Não é como se eu sentisse atração por ele. O beijo foi bom, o momento estava incrível mas também não é como se eu quisesse repetir isso sempre que ele tivesse vontade.

Mas tudo que eu fui capaz de dizer foi:
-Uma amizade colorida parece bom.

Ele sorriu, cheio de alegria e talvez uma intenção a mais. Se inclinou na minha direção e me beijou.
Porra, eu sabia que eu queria mas parece tão difícil aceitar. Em alguns segundos, eu estava retribuindo e então entendi o porque eu simplesmente não disse que ele deveria seguir a vida.
Sero Hanta é muito intenso. Mesmo quando é algo completamente casual, ele se entrega a isso. Ele é assim. Eu deixaria toda essa intensidade de lado se pedisse que ele esquecesse. Como ele seria Sero Hanta estando triste?

Por fim, ele ficou no quarto. Pegou algum mangá no quarto dele e começamos a ler. A conversa fluía tão bem, que por um segundo, quase esqueci que havia concordado em ter um relacionamento casual.
Estava na última página do mangá quando ele se sentou na cama e ficou em encarando. Eu ignorei, de primeira.

Senti suas mãos correndo por minhas pernas, parando nas coxas.
Então eu o olhei.
Ele passou os olhos por todo meu rosto, até parar na boca.
Novamente, ele me beijou.

A porta foi aberta do nada, sem nenhuma batida.

-Aí, meio a... —Era Bakugou. Me separei de Sero rapidamente, limpando a boca.

-Ah. —Jirou estava do lado dele.

-A janta tá pronta. —Ele bateu a porta.

Sero me olhou, rindo leve. Quando percebeu que minha expressão estava séria, ele parou de rir.

-Ele não vai falar nada, relaxa.

Isso deveria ser um segredo? Ele queria que ninguém falasse sobre?
Isso está certo?!

Ele saiu do quarto e eu continuei sentado na cama por mais alguns segundos. No corredor, ele me esperava segurando a porta do elevador. Senti o clima ficar estranho.

Quando chegamos na sala, Midoriya, que pegava sua comida, me olhou e eu suspirei. Teria que conversar com alguém sobre isso e com certeza teria que ser ele.
Peguei a minha comida também e me sentei a mesa junto com ele e Uraraka. Por um segundo, senti que estava de vela. Eles eram tipo um casal, só não tinham assumido o relacionamento ainda. Quantas vez eu já os vi dando um selinho aqui e ali? Ou pior, falando o quanto se gostam?

Quando terminamos de comer, era a vez de Iida lavar a louça e todos entregamos pra ele.

-Midoriya, preciso falar com você. —Disse baixo.

-Certo, só um minuto.

Ele foi até Uraraka, próximo ao quartinho de limpeza e disse algo pra ela, que me olhou e logo eles deram um selinho. Ela deu as costas e foi pro banheiro feminino porém voltou correndo.

-Desculpe, mas talvez eu saiba do que se trata a conversa. Posso ir também?

Bom... são meus amigos, o que pode dar errado?

-Kero, posso também? —Tsuyu apareceu atrás de mim.

Ainda são meus amigos.

-Tá, claro.