31°CAPÍTULO

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É necessário uma pitada de humor em todos os relacionamentos ...

ANY GABRIELY

Eu queria dizer que essas duas semanas foram fáceis, só que nem de longe isso seria a verdade. Elas se passaram lentamente, e todo dia tive que tomar decisões diferentes. Minha vida se resumia a descer e subir elevadores, andar por corredores, corrigir situações inusitadas, e isso durante pelo menos 16 horas por dia.

Não foi nada fácil assumir o papel de supervisora. Novamente os olhares ameaçadores das funcionárias se faziam presente, e sabia que pensavam que essa promoção não havia sido por mérito. E, realmente não foi. Independentemente disso trabalhei e aprendi bastante para que eu me tornasse uma supervisora diferente, entretanto, era difícil não recordar do passado, em como foi o meu começo aqui no cassino, e em como nossos supervisores foram implacáveis. Eu me incluía muitas vezes naqueles pensamentos. Colocava-me no lugar delas.

No primeiro dia eu não tinha nenhuma noção de como seria o trabalho, mas era esperta e esforçada, às vezes acho que isso contava mais do que o talento, e foi preciso de uma semana para que eu estivesse dominando o que era preciso.

Na segunda semana eu já estava recuperando a confiança das meninas, que não estavam acostumadas a alguém como eu. Tudo aqui com Guzman era na base da gritaria e da ameaça, comigo era o oposto.

Eu não tinha dificuldade em falar o que estava errado, nem o que me incomodava na maneira que elas trabalhavam, e foi essa atitude que fez com que criássemos uma aliança dia após dia. Não podia mentir que sentia falta do Joshua, mais do que gostaria. De vez em quando conversávamos por mensagens pelo celular, mas era algo raro. Não queria incomodá-lo, ainda mais sabendo que a sua viagem tinha um propósito bem claro. Ser ansiosa em alguns momentos era bem ruim. Em todos, aliás.

Joalin dormiu aqui alguns dias, e não me senti tão sozinha. Eu tinha com quem conversar, e minha amiga tinha no sangue falar bastante.

Hoje, pela manhã, recebi a mensagem que ele estaria de volta, e fiquei mais ansiosa ainda. O meu turno havia acabado, e joalin estava comigo no apartamento. Ela me fez prometer que eu a faria conhecer Joshua. Provavelmente ele chegaria cansado, mas minha amiga não quis nem saber.

- Tô tão triste, sabe? Vou ter que voltar a dormir no meu cafofo... Sorri.

- Sempre vou te convidar para vir aqui.

- Eu não sou interesseira, amiga. Mas se me convidar... eu venho mesmo.

Caímos na gargalhada. Ela fez meus dias ficarem mais fáceis.

- Já se passaram das 20h...

- Qual horário que ele chega? - Joshua não disse, só falou que era de noite. Do nada joalin ficou muito pensativa, e o seu sorriso foi se abrindo de forma gradativa. Algo de errado não está certo.

- Te conheço! - Cruzei meus braços.

- O que está tramando?

- Senta e ouve!

- Puxou meu braço, e no minuto seguinte me contou o seu plano, ou melhor, seu passaporte para longe dessa suíte quando Joshua chegasse.

- Essa ideia não vai dar certo, amiga.

- Ah, é só pra ver a reação dele mesmo. Deixa de ser carente e possessiva - Franziu a cara, e balancei a cabeça negando, mas sorri logo depois.

- Sei que gostou, Any.

- Vai ser engraçado, tenho que confessar.

- Decidido então!

***

𝘼𝙥𝙤𝙨𝙩𝙖 𝙁𝙖𝙩𝙖𝙡Où les histoires vivent. Découvrez maintenant