— Como ele tá? — Pergunto a medida em que caminho até a porta. 

— Ainda dormindo. — É a primeira vez em anos que vejo Yoongi triste, sua voz soou fraca como a de alguém que tem receio de falar, seus olhos inchados deixam claro que ele estava chorando. À medida que andamos Yoongi me explica que Jungkook foi colocado em um quarto da área VIP graças ao namorado da senhora Ji-woo, que é diretor no hospital. Antes que a porta seja aberta, Yoongi para me olhando. — Por que isso tá acontecendo, hein Jimin? — Sem que eu tenha tempo de pensar ele me abraça buscando algum conforto em meus braços. 

Mesmo que me doa admitir eu sei que grande parte disso aconteceu por minha causa — A culpa é minha. — Por ser poucos centímetros mais baixo que ele, apoio minha cabeça em seu ombro, uma lágrima acaba escapando de mim, mas tento me controlar para não parecer fraco demais na frente dele.

Ele se afasta segurando nos meus ombros me fazendo olhar em seus olhos. 
— Não diz isso, Jimin, isso não é culpa sua. E eu tenho certeza que o Jungkook pensa o mesmo que eu. — Ele continua me olhando e enquanto faz isso, me lembro da noite em que fui a casa de Jungkook "a culpa é sua, Jimin" foi o que ele disse naquele dia. 

Yoongi se vira e abre a porta para que ambos possamos entrar. 

— Jungkook. — Chamo pelo seu nome. E como se cada parte do meu corpo sentisse a dor que está presa em meu peito, lágrimas pesadas fogem dos meus olhos em uma quantidade exagerada, me sinto tão desamparado que dessa vez não luto para controlá-las. Jungkook está imóvel na cama, seu pulso é abrigo de agulhas que levam soro ao seu corpo. 
Yoongi, não consegue olhar para o primo, ele se vira e sai da sala logo em seguida. Ao lado de sua cama deixo que meus joelhos se dobrem no chão. Com minha mão trêmula toco em seu rosto pálido. 
— Jungkook. — Sou impedido de continuar por conta do meu choro que é forte demais para que eu controle a respiração da forma certa. — Meu amor, me desculpa, desculpa, desculpa… desculpa. — A cada palavra que digo mais lágrimas são liberadas. Seguro firme em sua mão, que está rígida ao lado de seu corpo, aproximo meu rosto e deixo um breve beijo nela, sinto seus dedos se movimentarem por um curto espaço de tempo, encaro seu rosto esperando que ele acorde, mas Jungkook continua dormindo. 
— Você tem que acordar, você tem que acordar e ficar bem, por favor. Você não pode me deixar, Jungkook, não pode. Seu idiota, você ia mesmo me deixar viver sozinho neste mundo? Você é o meu príncipe, Jeon Jungkook, lembra? Você não pode me abandonar, eu não vou deixar isso acontecer — cubro minha face com a palma da mão, sentindo minhas lágrimas quentes a umedecer. 

— Jimin. — Sinto a mão de Yoongi tocando em meu ombro. — A tia Ji-woo tá vindo aí, acho melhor você sair antes que ela entre. 

Eu continuo segurando firme na mão de Jungkook. — Eu não posso deixar ele sozinho, Yoongi. Ele vai ficar com medo de ficar aqui, o Jungkook já me disse uma vez que não gosta de hospitais. 

— Ele não vai ficar sozinho, Jimin. 

A porta é aberta. — O que você pensa que veio fazer aqui, garoto? — Ela se aproxima e em um ato bruto e rápido separa minhas mãos de Jungkook, eu acabo caindo sentado no chão.
— Já não foi o suficiente o que você fez ao meu filho? Olha onde ele está agora por sua causa. 

— Tia, para com isso. 

— Vai embora daqui agora seu verme, vai embora e nunca mais aparece na minha frente. — Ela me puxa pelo braço. Eu não consigo a impedir, não porque não tenho mais forças que ela, mas sim porque sei que mereço ser culpado. 

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