Serendipity of a dream

Onde a verdade se revela (2)

Acabo de sair de casa com um sorriso de orelha a orelha, minha mãe convidou Jimin para um jantar na nossa casa hoje, acho que nunca estive tão feliz quanto eu estou agora. Os dois parecem se dar bem, semana passada quando Jimin me esperava para sairmos ouvi os dois fofocando sobre mim, minha mãe até tentou disfarçar, mas eu ouvi muito bem ela contando a Jimin que quando criança eu não comia cenouras e que já cheguei até me fingir de morto só para não comer outra vez. Sinto até arrepios só de imaginar ter que colocar aquilo na boca. 

Pela primeira vez em anos, desde que papai morreu, sinto que minha vida ganhou um novo sentido. Estou conseguindo compor mais músicas, meu relacionamento com o loirinho falsificado está cada vez melhor e estou feliz de ver minha mãe tão feliz também, mesmo que lá no fundo eu não goste de admitir, o tal cara que ela escolheu como namorado vem fazendo bem a ela. 

Depois de uma curta caminhada, chego ao cyber café da senhora Choi. Assim que me vê ela me recebe com um abraço apertado. 

— Achei que tinha esquecido dessa velhinha aqui outra vez. — Ela brinca enquanto aponta para o sofá pedindo que eu me sente. 

—  A senhora sabe que isso nunca vai acontecer, e outra, eu vim aqui semana passada senhora Choi, não precisa de tanto drama assim. 

— Semana passada você veio ver o seu namorado e não a mim. 

Não consigo conter a risada, desde quando ela ficou tão ciumenta assim. — Isso tudo é ciúmes senhora Choi? 

— Não, tô apenas comentando. — Continuo sorrindo vendo ela me dar uma rápida olhada de cima a baixo. — Fique aqui, vou pegar um suco pra você, já volto. 

Depois de preparar o meu suco a senhora Choi chama Susy ao balcão, ela é uma moça que Choi contratou recentemente para cobrir os horários em que Jimin não estiver aqui e para ajudar quando tiver muito trabalho acumulado. Não que isso tenha me surpreendido, mas o cabeção do meu primo me falou que o azarento do Tae não perdeu a oportunidade e já deu em cima dela. Taehyung se diz solteiro, mas em qualquer oportunidade tá grudado na boca de alguém. 

Fico conversando com a senhora Choi por um tempo, nem preciso ir pra terapia tendo ela como a melhor ouvinte e conselheira do mundo. 

— Senhora Choi, a senhora lembra da vez em que eu apareci aqui chorando? 

— Lembro, você parecia um cachorrinho abandonado. 

— Senhora Choi, eu tô falando sério. 

— É brincadeira filho. Eu lembro sim, lembro porque partiu meu coração ver um jovem como você parecendo tão sem rumo na vida.

— É, eu me sentia assim mesmo. Naquele tempo eu não tava tão próximo da minha mãe, e sem o meu pai eu sentia que minha vida tinha perdido o sentido. Mas quando a senhora me acolheu com o seu abraço e cada palavra que me disse, eu senti como se a esperança estivesse voltado pra minha vida. Então muito obrigada, senhora Choi, a senhora me salvou, sabia? E graças a isso hoje eu tô aqui vivendo a melhor fase da minha vida.