- chapter thirteen

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Sophie

2 semanas depois

Duas semanas que estou trancada novamente nesta cave, duas semanas que a minha alimentação é baseada em pão e água como no início. Duas semanas que o meu corpo está fraco e já não consigo levantar-me sozinha. Duas semanas que não vejo a luz do dia. Duas semanas que não o vejo e no fundo agradeço por isso.

Perdi a noção das horas, perdi a noção dos dias e no final de tudo parece que estou a reviver o mesmo capítulo vezes sem conta. Dei por mim a desejar a morte, logo eu que implorava para não morrer. As lágrimas pararam de cair na primeira semana, o meu corpo estava tão desnutrido  que chorar tinha se tornado impossível.

Eu só queria voltar para casa.


Andrew

Não aguentava mais tratar de negócios, a minha cabeça parecia que ia explodir a qualquer momento, tem semanas que estou nisto.

- Chefe - David entra no escritório parecendo um furacão

- Existe uma porta para bater David - continuo a olhar para os papéis à minha frente - O que queres?

- Levámos a comida à cave 

- E?

- Ela não acorda chefe - fala calmo

- Provavelmente está a dormir, deixem a comida lá

- Um dos homens que estava a fazer a vigia lá em baixo diz que ela está assim desde ontem à noite

Olho-o pela primeira vez desde que entrou ali, tento assimilar o que tinha acabado de dizer.

- Chefe, alguma coisa está errado com ela

Levanto-me e apresso os passos até à cave desço as escadas o mais rápido possível e vejo três dos meus homens dentro do pequeno quarto.

- Saiam - empurro-os

Abaixo-me e seguro no rosto delicado de Sophie, a pele estava branca e fria, tento ouvir a sua respiração e quando estava prestes a desistir consigo ouvir os seus batimentos fracos. Não espero mais, pego-a ao colo e levo-a para cima o mais rápido possível. Entro no seu quarto e enquanto a coloco na cama dou a ordem para chamarem o Dr. Heliot.

Cubro o seu corpo frágil com os cobertores na intenção de a aquecer. Passo a mão levemente pelo seu rosto.

- Eu disse que era um monstro Sophie e por alguma razão depositaste esperança em mim, olha só onde essa esperança levou-te

Dr. Heliot chega em 10 minutos a começa a examiná-la, saio do quarto e espero no andar de baixo enquanto bebo um whiskey.

- Menino Andrew.. - Elizabeth chega na sala

- Sim Eliza - não desvio os olhos do copo

- Ela vai ficar bem?

Os meus olhos encontram os seus e pela primeira vez não tenho certezas na resposta, eu não sabia se ela ia ficar bem, e se não ficasse a culpa era inteiramente minha.

- Não sei - sento-me no sofá - Não sei

Elizabeth senta-se do meu lado e coloca uma das suas mãos no meu ombro esquerdo

- Consigo ver nos seus olhos menino, consigo ver aquilo que tenta esconder desde que ela aqui chegou. Não devia continuar com toda esta tortura, devia falar tudo para ela

- Elizabeth, eu já não sou essa pessoa. Essa pessoa desapareceu no dia que a minha mãe morreu.

- Pense nisso menino - levanta-se - A menina Sophie não merece passar por isto

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