- chapter eight

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Sophie

Desço as escadas o mais devagar que consigo tentando de alguma maneira adiar aquele momento mas nada tornaria-se fácil quando dois homens três vezes o meu tamanho andavam atrás de mim, o que impedia que eu demorasse menos do que aquilo que eu realmente queria.

Assim que chegamos na sala onde me mantinham no início já consigo imaginar o que vai acontecer, não havia janelas nem aberturas por onde correntes de ar pudessem entrar mas todo o meu corpo arrepiou assim que meti os pés naquele enorme cativeiro. Fui andando contrariada até um dos seus homens me obrigar a parar, olhei para o mesmo querendo matá-lo por estar a esmagar o meu braço mas logo voltei a olhar para a enorme sala, para ele.

- Podem ir - falou ainda de costas

Os homens não disseram nada, apenas viraram costas e abandonaram o espaço deixando-me sozinha com Andrew. Continuei em silêncio, não iria atrever-me a soltar uma única palavra que podia resultar em algo pior do que uma pancada na cabeça.

- Sabes porque que estás aqui? - vira -se na minha direção

- Era suposto eu saber?

- Talvez sim, talvez não - encosta-se a uma das paredes - Depende da tua memória

- Fala logo - apresso-me a dizer

- Calma linda - sorri de lado - Não é como se tivesses algum compromisso para ir 

Ele começa a andar na minha direção em passos lentos, como se me quisesse torturar com a demora, como se gostasse da dúvida na minha mente sobre o que iria acontecer assim que o mesmo se encontrasse na minha frente. Levanta uma mão até encontrar o meu rosto, coloca uns fios de cabelo que insistiam em cair no meu rosto atrás da orelha, e encara os meus olhos. Encaro os seus de volta, os seus olhos fundos e vazios. 

- Sabes Sophie - observa-me - O teu tempo acabou, e eu quero respostas

- Eu já falei que não sei nada, deixa-me ir embora..

- E eu já falei que quero respostas, olha que coincidência, nenhum de nós tem o que quer - desce a sua mão até ao meu pescoço - A única diferença é que eu não desisto fácil do que eu quero 

O encaro em silêncio assim como ele faz comigo, cada vez que fixava o meu olhar no seu rosto e o tentava decifrar a única conclusão que eu tirava é que o homem que encontra-se à minha frente é um livro fechado e que nada nem ninguém vai conseguir abri-lo. 

- Estás pálida como o papel - coloca a sua mão na minha mandíbula 

- Não sou autorizada a sair daquele quarto, acho que tens ai a tua resposta 

Ele dá um riso nasal e logo afasta-se deixando-me sem o seu toque que estava estranhamente bom.

- Irei ter uma conversinha com o teu pai

- Com o meu pai? Porque? O que vais fazer? - pergunto tudo de uma vez

- Fazes demasiadas perguntas - revira os olhos - Vamos apenas conversar.. por agora - dá outro dos seus sorrisos ladinhos

✁ ✁ ✁ ✁

1 dia se passou e o dia do evento chegou. O relógio marcava seis e meia da tarde, o evento iria começar umas oito da noite segundo as informações que Andrew fez questão que eu soubesse, pois como ele disse, não gosta de atrasos. 

Estou agora sentada na poltrona de sempre contemplando mais uma vez a beleza do jardim traseiro, segundos depois sou retirada dessa visão com uma batida na porta, pela educação presumi que fosse Elizabeth então apenas a deixei entrar.

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