Sophie Jones é uma adolescente de 19 anos, filha do dono da máfia mais poderosa da América, o que ela não esperava era que uma guerra antiga entre o mundo criminoso fosse mudar completamente a sua vida, para pior.
Entre o caos que sua vida toma ela...
- Sophie vou sair agora para uma reunião - o meu pai entra na imensa sala - Dispensei a empregada mas tem jantar no forno que ela preparou
- Tudo bem pai - respondo ainda a olhar para a série que passava na televisão
- Se precisares de alguma coisa liga-me imediatamente - dá um leve beijo na minha testa
Apenas confirmo e logo o mesmo desaparece pela enorme porta daquela mansão. Já era rotina, o meu pai trabalhava o dia todo na máfia, passava maior parte do meu tempo sozinha ou com amigas da faculdade. A minha mãe morreu quando eu era bem nova então somos só nós os dois.
Subo para o quarto e logo me jogo na cama, hoje Las Vegas estava fria, o inverno tinha começado e as temperaturas tinham descido drasticamente, estava uma enorme tempestade lá fora. Decido começar a ler um dos milhares de livros que a minha estante possuía porém assim que pego no mesmo toda a energia da casa cai.
- Agora não - bufo irritada
A casa estava um silêncio absurdo, olho pela janela e não vejo nada nem ninguém além do vento forte a bater nas árvores. Saio do quarto na esperança de chegar ao andar de baixo e encontrar algum segurança que pudesse voltar a ligar a energia.
- Richard - chamo o chefe de segurança conseguindo um total de zero respostas
Decido ligar a lanterna do meu telemóvel e tentar procurar alguém, assim que estou prestes a entrar na sala um barulho me faz parar e logo de seguida o silêncio volta a instalar-se na enorme casa.
- Richard - chamo novamente - Onde raios se meteu toda a gent..
Todo o meu corpo congela assim que vejo a cena na minha frente, Richard estava desacordado junto de outros dois seguranças, corro em direção às escadas porém sinto o meu corpo ser jogado contra alguma parede. Todo o meu eu estava dormente, sentia sangue a escorrer da minha cabeça, não conseguia ver nada além de sombras.
- É para levá-la viva filho da puta
Tento chegar ao aparelho agora caído no chão mas logo sinto um peso no meu braço.
- Peço imensas desculpas princesa mas não posso deixar ficares com isto - a pessoa dá uma leve risada
- Apaga-a e vamos embora antes que alguém chegue - outra voz diz
Tento sair mas logo sinto uma pancada forte na minha cabeça e a minha vista escurece em questão de segundos.
✁ ✁ ✁ ✁
Não sei quanto tempo eu tinha passado desacordada, não sabia onde estava nem quem me tinha levado. Todo o meu corpo doía, o sangue, agora seco, ainda permanecia no meu rosto, tento captar qualquer informação daquele local mas para além de estar escuro a única coisa que havia naquele quarto era um colchão velho no chão no qual eu estava agora sentada. A minha boca ardia de tão apertado que estava aquele pano, as minhas mãos estavam doridas daquelas correntes pesadas e a minha pele estava arrepiada da corrente de ar que passava pelas ranhuras da porta.
Tento tirar aquele pano da boca mas assim que ouço passos fico quieta, segundos depois um homem alto entra naquele pequeno quarto com um prato onde continha um simples pedaço de pão e um copo de água.
- Come - tira o pano da minha boca e logo coloca o prato ao meu lado
Apenas olho para ele e não mexo um músculo em direção ao prato, o que o irrita.
- Come logo esta merda - grita - O chefe quer informações
- Eu não tenho informações do que seja que vocês estejam à procura - falo pela primeira vez ainda olhando para aquele homem
- Tens, e mesmo que não queiras dizer nada vais desejar ter falado tudo logo no início - dá uma risada sarcástica e sai do quarto deixando-me sozinha de novo
Empurro o prato para longe e volto a encolher-me de frio naquele pequeno colchão. Não parecia estar a tempestade de mais cedo mas ainda estava frio naquele cómodo, talvez eu nem estivesse mais em Las Vegas.
Minutos depois volto a ouvir passos mas destas vez dois homens entram no pequeno espaço, um deles aproxima-se de mim e tira as correntes pesadas dos meus pulsos colocando apenas umas algemas. Sou puxada para fora do quarto e logo levada para uma sala ampla, apenas com duas cadeiras, sou forçada a sentar numa delas.
- Podias ter mais cuidado besta - disparo assim que ele me empurra
- O que é que disseste? - puxa o meu cabelo para trás fazendo com que o meu olhar se encontrasse com o dele
- Além de besta também é surdo - dou um pequeno sorriso
E assim que estava prestes a apanhar uma voz surge naquela imensa sala.
- Relaxa John - dá uma risada - Não vamos partir para a agressão... ainda
O tal de John sai da minha frente dando visibilidade do dono da voz que surgiu do nada. Um homem de terno preto, aparentemente novo talvez uns 20 anos olha na minha direção e caminha lentamente até à cadeira que se encontrava à minha frente. Ele senta-se e desaperta um pouco da sua gravata.
- Onde estou? - arremesso a pergunta sem nem antes deixar o mesmo falar
- Pensei que ias perguntar primeiro quem eu sou, talvez uma apresentação mútua - fala sarcasticamente
- Não me interessa - respondo ríspida
- O meu nome é Andrew e sou o maior inimigo do teu pai, prazer - dá um sorriso de lado
- Porque é que eu estou aqui? - o olho
- Faz 2 anos que o teu pai matou o meu - aproxima o rosto do meu - Ah e ele roubou umas cargas que me pertencem
- E o que eu tenho a ver com isso?
- Bom - encosta-se novamente na cadeira - Eu vou recuperar as cargas que ele me roubou e talvez eu pense em te deixar viva, se por acaso eu decidir te matar, será a minha vingança pela morte do meu pai
Enquanto ele olhava para mim pude perceber que o seu olhar era frio, ele realmente não se importava de matar quem fosse para conseguir ter o que quer.
- O que queres de mim? - remexo o meu corpo na cadeira
- Informações - levanta-se
- Eu não sei nada sobre essas cargas - falo um pouco mais alto pois o mesmo já andava em direção à saída
- Irás saber - fala alto também
Logo dois homens aproximam se de mim e atiram-me para o chão, os pontapés que os mesmos davam faziam-me tossir. Não sei quanto tempo passou mas assim que terminou levaram-me de volta para o quarto e novamente estou naquele pequeno colchão. Deito-me e fecho os olhos na esperança de amenizar um pouco da dor que estava a sentir.
Eu só queria voltar para casa..
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