21 -Northern Lights

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Boa leitura!



21 –Northern Lights

Andrew não estava acostumado a pensar nas outras pessoas ao redor dele.

Ele cresceu em um orfanato, e nesse tipo de lugar você precisava se preservar e se proteger, e isso exigia um fundamento egoísta que, ou você aprendia, ou a vida te ensinaria.

Então ele sempre foi individualista com o que conseguia, porque embora você precisasse pensar apenas em você em determinados momentos, ainda assim precisava aprender o conceito de não possuir nada.

Quando era criança, ele era muito egoísta. Qualquer coisa, queria apenas para ele, a ponto de esconder os brinquedos que mais gostava, para que ninguém os usasse. Ele não podia brincar, mas também não gostaria de outras crianças pegando algo que ele julgava lhe pertencer.

Estava constantemente sendo castigado por isso, mas nunca chegou a mudar. Apenas a esconder melhor e evitar ser pego.

Tudo piorou quando foi morar na casa dos Spears.

Além de não ter nada, ele havia se tornado em uma propriedade compartilhada. O senso de ter algo e ser privado havia se esvaído, e deixado Andrew ainda mais irritado e mais egoísta.

Mas foi morando naquela casa, que ele precisou aprender que nunca iria ter nada. Que estava fadado a estar sempre sozinho, e sem qualquer coisa que fosse dele.

Então ele não pensava nos outros. Ele fazia o que ele queria e o que julgava necessário.

Por isso naquela tarde de quarta, não foi para a terapia como deveria, e seguiu o rumo até a casa de Aaron, sentindo um incômodo grande ao ver o lugar tão velho e que lhe causava uma sensação pesada.

Sempre lhe fazia pensar que Andrew não tinha uma casa. Estava condenado a tentar se sentir confortável no espaço dos outros.

As atitudes que tomou depois disso, foram sequências de algo que ele não soube explicar. Tilda Minyard não pareceu feliz em vê-lo, mas ele não esperava o contrário. Apenas articulou que Aaron havia sido pego tentando furtar em uma loja – uma mentira rasa e estúpida – e que precisava de um responsável para assinar os papéis dele na delegacia.

Tilda era a pessoa mais vazia e estúpida do mundo, porque ela acreditou. Apanhou a bolsa e as chaves do carro velho, e em poucos instantes Andrew e ela estavam dentro do veículo.

– Soube que você é um desses garotos agora – Ela resmungou, com os olhos na estrada, e Andrew lhe encarou em busca de uma resposta.

– Que garotos?

– As pessoas estão dizendo que você é gay – Ela não escondeu o asco.

– É, me parece algo que elas diriam – Murmurou, sentindo uma grande ansiedade ao tentar tornar aquela decisão algo um pouco mais suave.

– Soube que é um dos filhos daquele médico rico – Ela continuou, soltando um som de deboche – Dizem que ele está se divertindo com você. Não me surpreende. Esse gente, com dinheiro, pode ter o que quer, se encontrar quem esteja disposto a dar o preço.

Andrew engoliu seco de forma cuidadosa com o tom maldoso nas palavras dela.

– Você está deixando que aquele garoto se divirta com você em troca de que?

– Eu não estou seguindo seu legado. A única prostituta barata aqui é você – Rebateu, sem ao menos piscar. Ele tinha ciência de que uma parte das pessoas começaria a dizer algo do tipo em algum momento.

Canção da MorteTempat cerita menjadi hidup. Temukan sekarang